Avaliação Psicológica: Um novo olhar para a clínica terapêutica – Resenha

por Sonia Regina Baptista Cepellos

O objetivo deste livro é contribuir para com a metodologia da Avaliação Terapêutica, de Stephen Finn, que propõe a utilização de testes psicológicos utilizados para avaliação psicológica nas sessões de atendimento clínico, utilizando-os de maneira terapêutica e não diagnóstica. Estudioso da metodologia, o autor apresenta uma nova visão do trabalho com a avaliação psicológica, trazendo sua experiência prática adquirida com a clínica terapêutica.

Em seu primeiro capítulo, “Avaliação Psicológica”, o autor destaca o psicodiagnóstico, a avaliação psicológica diagnóstica e a testagem psicológica como sendo as três principais dúvidas apresentadas pelos pacientes, ao que ele amplia as descrições, enfatizando as premissas necessárias de conduta e ética.

Ao que se destinam avaliar, assim como seus constructos, ressaltando o objetivo da utilização dos testes psicológicos, que é “descrever, por meio de técnicas reconhecidas e de uma terminologia específica, a melhor compreensão possível dos aspectos relevantes de uma pessoa” (p. 15), destacando-se aqui a observância em utilizar instrumentos validados pelo SATEPSI, órgão criado pelo CFP para avaliar a qualidade técnico-científica de instrumentos psicológicos para uso profissional.

No capítulo 2, “O que a Neuropsicologia tem a ver com isso?”,  o autor descreve um novo olhar na Avaliação Terapêutica através da Neuropsicologia, buscando avaliar o quanto a condição do paciente interfere em sua conduta diária e seu comportamento de maneira subjetiva, destacando aspectos incentivadores ao estudo aprofundado da Neuropsicologia.

Em “Mas o que é Avaliação Terapêutica?”, terceiro capítulo, o autor discorre sobre aspectos e fundamentos teóricos acerca da metodologia da Avaliação Terapêutica, descrevendo os pontos positivos e favoráveis à prática clínica e, consequentemente ao paciente, o maior beneficiado. Reforçando novamente sobre o uso adequado dos instrumentos, assim como a elaboração dos documentos, destaca a importância destes no caminho a ser trabalhado em busca de autoconhecimento e crescimento dos pacientes.

Em “Iniciando o processo”, capítulo 4 desta obra, o autor apresenta sua adaptação a metodologia da Avaliação Terapêutica, como ele mesmo descreve, “uma alternativa à avaliação psicológica tradicional” (p. 41). Em um relato passo a passo, o autor detalha como realiza todo o processo, desde a sessão inicial, a entrevista, o levantamento da demanda a organização dos testes psicológicos a serem utilizados, feita com base no que foi extraído nos passos que antecederam, ao trabalho de intervenção e devolutiva ao paciente, trazendo após este ponto um componente diferenciado que é o acompanhamento do mesmo após sua alta.

No capítulo 5, “A Avaliação pode e deve ser colaborativa”, o autor destaca quão benéfica pode ser a parceria com outros colegas de profissão numa relação de triangulação, como ele mesmo denomina, e os preceitos necessários por parte de todos para o sucesso dessa relação profissional. Destaca fatores preponderantes aos possíveis prejuízos que essa relação pode provocar, tanto aos profissionais quanto ao paciente, bem como os aspectos para potencial crescimento.

Em “A Avaliação Psicológica versus Avaliação Terapêutica”, sexto capítulo desta obra, o autor esclarece de forma clara ambas as práticas, destacando suas autonomias e inter-relações, revelando suas aplicações a partir de cada caso. Exemplos são descritos para melhor elucidar ao leitor em como a observância e estudo de cada caso são fundamentais a todo o processo.

No capítulo 7, “Quando o paciente é defensivo ou invalida o processo avaliativo”, o autor discorre através de suas experiências sobre diretrizes elaboradas para melhor atuar frente a situações vivenciadas com pacientes defensivos, cujas atitudes podem levar a resultados discrepantes ou até mesmo serem manipulados.

Em “Quais testes utilizar”, título do capítulo 8, destaca-se o cuidado do autor em alertar sobre a importância em saber o que se está avaliando em todos os testes, dessa forma além do melhor aproveitamento de cada um, obter resultados que venham a colaborar com o crescimento e autoconhecimento do paciente. Em seu trabalho, refere a utilização de instrumentos de avaliação da personalidade, testes projetivos e os cognitivos, aqui utilizados de forma direcionada à avaliação do desempenho.

A fim de ilustrar a metodologia de forma mais abrangente, o capítulo 9, “Depoimentos”, descreve alguns de seus trabalhos com pacientes e psicólogos compartilhando relatos desses processos.

Finalizando esta obra, o capítulo 10, “Considerações finais”, a relação da Avaliação Neuropsicológica com a Avaliação Terapêutica é evidenciada de maneira positiva, descrevendo a contribuição desta primeira, assim como suas similaridades.