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Esgotamento feminino: qual o papel das empresas?

Mulher de cabelo loiro longo, está em um escritório, debruçada sobre uma mesa de madeira e com o rosto repousando sobre um dos vários livros espalhados sobre a mesa. Em cima da mesa também há um notebook, um vaso de flores e um pote com canetas.

O Dia das Mulheres, celebrado em 8 de março, deve transcender a simples oferta de rosas e chocolates às mulheres. Embora receber esses mimos seja gostoso e divertido, a data deve representar um momento de reflexão sobre o papel multifacetado da mulher, com especial atenção voltada para sua saúde mental, dado a carga excessiva de responsabilidades que muitas carregam.

Diante das inúmeras demandas cotidianas, como trabalho, filhos e a gestão da vida familiar, as mulheres frequentemente negligenciam algo importante: o autocuidado.

Este conceito vai muito além de simplesmente cuidar da aparência; alimentação e saúde física e mental também são cuidados básicos, porém essenciais para uma vida saudável e feliz. Contudo, para que as mulheres possam reservar tempo e recursos para investir no autocuidado, é necessária a tomada de consciência de que cabe aos vínculos sociais e afetivos dessas mulheres agirem para quebrar esse ciclo histórico em que a mulher é constantemente sobrecarregada e que causa esgotamento mental.

Dados de uma pesquisa global realizada em 2019, revelam que 49 milhões de pessoas no Brasil sofrem de algum transtorno mental, sendo 53% mulheres. Essa pesquisa aponta ainda que, a cada 100 mulheres brasileiras, 19 enfrentam problemas relacionados à saúde mental ou ao uso de substâncias.

Os números alarmantes indicam que as mulheres representam quase dois terços das pessoas com transtornos de ansiedade e depressão.

Esses dados preocupantes são agravados pela pressão social que obriga as mulheres a equilibrarem múltiplos papéis sem considerar suas próprias necessidades. Embora tenhamos observado nos últimos anos algumas ações e iniciativas para minimizar essa questão, ainda estamos longe de uma solução definitiva.

Esses movimentos precisam se estender a todos os espaços que as mulheres frequentam, incluindo ambientes familiares, sociais e de trabalho. A conscientização e o apoio coletivo são essenciais para garantir que elas possam priorizar sua saúde mental e bem-estar em meio às demandas da vida moderna.

Pensando nisso, listamos aqui quatro ações focadas no ambiente de trabalho, no qual as empresas podem implementar para ajudar e apoiar a saúde mental feminina. Veja a seguir:

  1. A cultura organizacional deve ser estruturada de forma a assegurar a inexistência de assédio moral. Essas diretrizes essenciais devem ser devidamente documentadas no manual de procedimentos e nas regras internas da empresa, promovendo um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todas as colaboradoras.
  2. O departamento de Recursos Humanos pode implementar uma política de desenvolvimento e carreiras que não apenas garanta, mas promova ativamente a equidade de gênero, oferecendo oportunidades igualitárias e espaços de destaque para as mulheres, fortalecendo assim a diversidade e a inclusão no ambiente profissional.
  3. É importante que haja suporte psicológico. Deve ser garantido um ambiente propício para diálogos abertos e trocas, no qual as colaboradoras sintam-se à vontade para compartilhar suas experiências e receber o apoio necessário. Esse espaço contribui não apenas para a saúde mental, mas também para fortalecer os laços de confiança e solidariedade entre membros da equipe.
  4. Implementar programas de conscientização sobre saúde mental, promovendo palestras, workshops e materiais informativos que abordem temas como gestão do estresse, estratégias de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, entre outros. Além disso, existem inúmeros instrumentos psicológicos que podem apoiar, por exemplo, a avaliação do clima organizacional e ajudar a estruturar esses programas.

Nem sempre é possível implantar todas as ações, mas com certeza, é possível definir um plano no qual, pouco a pouco, os ambientes empresariais sejam mais receptivos e saudáveis para todos, inclusive para as mulheres.

 

Foto: Adriana Isidio

Por Adriana Isidio, Gerente de Marketing e Comunicação na Vetor Editora. Graduada em Comunicação Social, pós-graduada em Gestão Empresarial pela ESPM e em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas pela USP, onde defendeu a tese “A importância da comunicação interna no apoio à prevenção e manutenção da saúde mental das pessoas nas organizações.

Texto originalmente publicado no site RH pra Você, em 28/2/2024: https://rhpravoce.com.br/colab/esgotamento-feminino-qual-o-papel-das-empresas/

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