por Thiago Rosas Marques
“Mulheres Brasileiras Criativas“, de Eliana Santos de Farias e Solange Muglia Weschler, é uma obra feita de mulheres para mulheres. Com uma abordagem fundamentada em teorias psicológicas, as autoras buscam passar pelas intersecções de toda a complexidade do processo criativo de cada uma das mulheres brasileiras que desafiaram os limites e transformaram o mundo.
As autoras, com maestria, exploram os fundamentos psicológicos da criatividade, revelando como a articulação entre mente, comportamento e expressão artística molda a trajetória dessas mulheres excepcionais. Através de estudos de caso e análises aprofundadas, elas desvendam os mecanismos cognitivos e emocionais que impulsionam a inovação e a originalidade.
O livro apresenta um panorama das histórias de vida inspiradoras, que vão desde cientistas renomadas até artistas de vanguarda. Cada capítulo é uma jornada que revela os desafios e as conquistas de mulheres que, em suas respectivas áreas, deixaram um legado duradouro. A obra destaca a importância da resiliência, da perseverança e da capacidade de superar obstáculos como elementos essenciais para o sucesso criativo.
Um exemplo de pilar da criatividade feminina brasileira é a autora Cora Coralina. A poetisa tornou-se um marco da literatura brasileira por se desdobrar em busca do direito à voz de mulheres no campo sociopolítico de sua época, colocando em voga as injustiças da realidade de seu tempo e protagonizando diversos palanques em prol de sua comunidade, sendo permeado seu legado até os dias atuais.
Conhecida por suas icônicas frases, utilizando da flexibilidade, fluência e o domínio por completo da escrita com analogias e metáforas, Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas estará sempre dentro do hall da fama da criatividade feminina brasileira.
Em suma, ao resgatar as histórias dessas mulheres pioneiras, o livro contribui para o resgate histórico-cultural brasileiro, colocando em evidência a necessidade de maior divulgação do vasto repertório de figuras importantes, compondo regências indispensáveis no pensar da construção sócio-histórica de cada mulher atingida pelo apagamento e desvinculação de suas obras. O movimento da contracultura de evidenciar grandes nomes femininos é evidenciado e atendido de forma unânime, propiciando a construção de uma ponte para cada leitora, na sutil possibilidade de mudar o mundo.
Thiago Rosas Marques
Estudante de psicologia na UNISANTA 6º semestre, estagiário na empresa RH CONSULTORIA.