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Cuidados básicos para sua melhor produtividade profissional

Uma mulher profissional sorri de maneira confiante enquanto trabalha em um ambiente de escritório moderno e bem iluminado. Ela usa óculos de grau e veste uma camisa social branca, transmitindo uma imagem de profissionalismo e organização. Sentada à mesa, ela interage com um laptop, onde uma tela exibe um diagrama ou fluxograma, indicando planejamento estratégico ou organização de tarefas. Ao lado do computador, há cadernos e uma planta verde, elementos que remetem a um ambiente de trabalho equilibrado e produtivo. A composição da imagem sugere boas práticas para manter a produtividade no trabalho, incluindo organização, planejamento visual e um ambiente agradável com toques naturais. O sorriso e a postura relaxada reforçam a ideia de satisfação e eficiência na rotina profissional.

por Luciana Batista dos Santos Dias

Sim, a palavra produtividade parece que hoje em dia está carregando o oposto do que ela necessita: sobrecarga. Justamente porque, logo que pensamos em produtividade, já vem à mente a ideia de que isso implica produzir algo, alcançar resultados, adquirir conhecimento, realizar projetos, combater distratores, manter o foco na meta e estar sempre em muito movimento… ou seja, uma verdadeira armadilha.

O que poucos ainda sabem é que para ter boa produtividade é preciso, inicial e inegociavelmente, cuidar da saúde do cérebro, justamente porque ele, o cérebro, é o responsável por todos os processos que envolvem comportamento, pensamentos e emoções.

Logo, um cérebro que esteja sendo bem cuidado poderá oferecer a condição para que a pessoa possa ser e atuar em sua melhor performance; e o contrário também é verdadeiro: se ele não estiver bem, poderá trazer tropeços inimagináveis… Não se trata de ter capacidade para realizar ou produzir, mas, sim, de ter boas condições para que isso aconteça.

Como diz o neurocientista e prof. Dr. Andrei Mayer (2024), há cuidados que são fundamentais para que você cuide bem do seu cérebro, e que funcionam como se fossem os pilares que sustentam a sua melhor produtividade e, consequentemente, sua saúde mental, a saber:

  1. Alimentação: que seja o mais natural e balanceada possível, na medida que seu organismo precisa (sem exageros), evitando processados, embutidos e excesso de açúcar. Beber água também é fundamental;

 

  1. Atividade física: que envolva exercícios aeróbicos, musculação e de alongamento/flexibilidade, sempre realizados com regularidade (pelo menos três vezes por semana), com o intuito de estimular a formação de novos neurônios, facilitando as atividades da memória e do aprendizado. Haverá melhor circulação de oxigênio e nutrientes no cérebro, aprimorando o funcionamento cognitivo e promovendo melhores insights. Ajudará a diminuir o estresse, uma vez que há redução do cortisol (hormônio que nos mantém em estado de alerta), bem como estimulará significativamente a liberação de importantes neurotransmissores, como dopamina, serotonina e noradrenalina, que estão relacionadas ao nosso bem-estar, motivação e regulação do humor. Além de tudo isso, haverá ainda o aumento da longevidade e mais autonomia para quando a velhice chegar.

 

  1. Sono: por muitas décadas ele foi negligenciado e tratado como “perda de tempo”, mas isso é um grave equívoco e sua falta pode trazer sérios danos à saúde como um todo. Um sono de qualidade é fundamental para a restauração e consolidação de vários processos, como memória, atenção, concentração, planejamento, melhor aprendizado, redução do estresse e regulação emocional. Para tanto, será fundamental que haja uma rotina para dormir e um ambiente propício para tal, como traz a teoria da “higiene do sono”. Irresistivelmente, ele nos permite restaurar as energias e nos deixa inteiros e prontos para o dia seguinte.

 

São pilares simples, quase óbvios, mas nem sempre de fácil adesão. Quando em deficiência, inquestionavelmente, poderão comprometer o bom funcionamento do cérebro e a saúde do indivíduo de modo geral. Basta que um deles se desorganize para que haja um efeito cascata e comprometa também os demais. Por exemplo, uma noite de sono mal dormida deixará a pessoa com mais cansaço e desatenção, dificultando a prontidão para o exercício físico e deixando a pessoa mais propensa a ingerir alimentos mais calóricos e de baixa qualidade.

Em determinados momentos da vida, é comum que os cuidados com alguns desses pilares sejam prejudicados. Exemplos incluem acompanhar os primeiros meses de vida de um filho, a fase de entrega de um projeto importante, vivência de luto ou momentos de grande comemoração. Nessas situações, o sono, a alimentação e/ou a prática de atividade física podem ser colocados em segundo plano.

Profissionais da saúde, em especial, precisam manter um radar ligado para esses pilares. Em uma autoavaliação, quando não estiverem se sentindo bem, com cansaço elevado, distraído, desmotivado, irritadiço, sem energia etc., é importante que, primeiro, verifiquem se houve abalo em algum desses pilares. Já em situações de avaliação/atendimento a clientes, uma primeira checagem a ser feita seria sobre a qualidade da manutenção desses pilares.

Suprimir essa investigação poderia facilmente levar a diagnósticos falsos e intervenções pouco eficazes; nesse caso, a realização de uma psicoeducação para a importância e consequência da manutenção desses pilares com vistas a uma melhor produtividade profissional pode dar a oportunidade de gerar mudanças impressionantes na qualidade de vida dessas pessoas.

O fato é que, uma vez consciente da importância desses eixos, fica muito mais fácil a motivação para a sua manutenção, ou mesmo o restabelecimento após o descuido com algum deles. O simples fato de entender o que o cérebro precisa para funcionar bem (psicoeducação) pode dar condições para que cada pessoa entenda que, muito além do seu preparo técnico, a sua melhor produtividade e tomada de decisões dependerá da qualidade das suas noites de sono, do tipo de alimento que abastece o seu corpo e do treinamento físico que seu corpo realiza a cada dia.

Sabemos que tudo isso é um baita desafio diário, algo que exige muita disciplina. Mas, indiscutivelmente, o desafio maior está para aqueles que focam em ser produtivos, tendo de lutar com um cérebro sem condições ou preparo para essa batalha. Indiscutivelmente, vale dizer que a boa manutenção desses pilares não te faz uma pessoa mais produtiva, mas te dá plena condição para sê-lo.

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Luciana Batista dos Santos Dias

Psicóloga (CRP 14/04372), especialização em Psicologia Organizacional e do Trabalho (UEL/PR), Terapia Cognitivo-Comportamental (ITCC/MS). Formação em Condução de Dinâmicas de Grupos (SBDG), Coaching (ICI) e Executive Coaching (SBC).

Empresária, atua com avaliação psicológica, psicologia clínica e desenvolvimento de líderes.

Referências

Mayer, A. (Andrei Mayer). (2024). Aula 2 – Decifrando o comportamento [vídeo do YouTube]. www.youtube.com/watch?v=nsOnc6TYaMs&t=9s.

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