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Conduta Clínica e Sofisticação na Elaboração de Laudos Psicológicos

A imagem apresenta a capa do livro "Conduta Clínica e Sofisticação na Elaboração de Laudos Psicológicos". O fundo possui tons de vermelho escuro, e o título está em letras grandes e brancas, destacando as palavras "Laudos Psicológicos". O destaque visual é uma mão segurando um lápis, posicionada sobre um bloco de anotações, simbolizando a prática de elaboração cuidadosa e profissional de laudos. A imagem é minimalista, transmitindo um tom formal e sério.

por Sonia Regina Baptista Cepellos

Resenha do livro Conduta Clínica e Sofisticação na Elaboração de Laudos Psicológicos. Pessoa, Rockson Costal. São Paulo: Vetor Editora. 1ª Edição, 2020

O livro Conduta Clínica e Sofisticação na Elaboração de Laudos Psicológicos do autor Rockson Costa Pessoa surgiu com o objetivo de reforçar a necessidade da elaboração de laudos psicológicos adequados, questão de suma importância ao trabalho do profissional de Psicologia e que requer muita dedicação à sua construção.

Capa do livro "Conduta Clínica e Sofisticação na Elaboração de Laudos Psicológicos".Esta obra é dividida em 2 partes e traz em um primeiro momento através de 10 capítulos, uma releitura da obra anterior do autor Elaboração de laudos psicológicos: um guia descomplicado (2016) que por meio de uma linguagem prática e acessível, abrange o conteúdo pertinente a elaboração de documentos.

No capítulo 1 “Laudo e interseções” o autor relaciona e discorre sobre as diversas dificuldades apresentadas por muitos profissionais em elaborar um laudo e demais documentos psicológicos, trazendo deficiências referentes à leitura  como componentes de aprendizagem além da inabilidade em aplicar determinado conhecimento teórico, onde questões como conhecer e dominar instrumentos e técnicas psicológicas, saber expressar o conteúdo de maneira consistente, assegurar-se da análise dos resultados e consequente diagnóstico, são questões pertinentes ao profissional, sua capacidade e competência.

O capítulo 2 “Aspectos importantes relacionados ao laudo” enfatiza a preocupação dos Conselhos Regionais de Psicologia frente a questões relacionadas a elaboração de laudos psicológicos, priorizando a importância da Resolução n. 006/2019 (CFP, 2019b) bem como a cautela e observância aos preceitos técnicos e éticos por parte do profissional de Psicologia.

Com o número cada vez mais crescente de cursos de formação de profissionais em Avaliação Psicológica, é comum surgirem modelos de laudos deficitários que não se baseiam pela Resolução n.  006/2019,  acarretando, com isso, a elaboração de documentos de maneira errônea. Neste capítulo, ainda, o autor esclarece, de maneira clara e embasada, preceitos técnicos e as diferenças e finalidades do parecer, laudo e relatório.

Em Estrutura do laudo, título do capítulo 3, Rockson Costa Pessoa descreve a elaboração correta de um laudo psicológico, ressaltando a necessidade de respeitar a estrutura proposta pela Resolução n. 006/2019 (CFP, 2019b) e debate como questões de grafia e gramática infelizmente podem contrapor o trabalho desenvolvido.

Ainda reforça que a compreensão correta do laudo psicológico se dá através de uma apresentação estruturada e bem definida, assim como uma comunicação clara do que se deseja descrever, apresentando o detalhamento da estrutura do laudo psicológico ao final do capítulo além de dois exemplos de modelos de laudos inadequados.

O capítulo 4 “Três distintos solicitantes: o início do laudo” traz a narrativa de três segmentos diferentes cada um com seu solicitante destacado dentro do contexto, que darão início à construção do laudo psicológico, seja no atendimento psicoterápico, na avaliação psicológica ou em um atendimento multidisciplinar.

Os próximos 5 capítulos que se seguem são dedicados um a um à sequência estrutural do laudo psicológico, trazendo a importância da “Identificação” no capítulo 5, descrita como “o componente de menor complexidade do laudo psicológico”, que tem por finalidade identificar o autor do laudo psicológico, o solicitante e a razão da solicitação.

Seguindo ao capítulo 6, “Descrição da demanda”, ao contrário do componente anterior, aqui o autor nos traz o elemento de maior complexidade e aponta sua importância como responsável por descrever as razões condutoras do processo que gerou o laudo psicológico, além de outros elementos que compõem essa descrição.

No capítulo 7 “Procedimento” destacam-se os recursos e instrumentos técnicos utilizados na coleta das informações, reforçando aos autores dos lados a necessidade de basear-se no §4º da Resolução n. 006/2019 (CFP 2019b, p. 15) e apresentar “o raciocínio técnico-científico que justifica o processo de trabalho realizado pela(o) psicóloga(o) e os recursos técnico-científicos utilizados no processo de avaliação psicológica, especificando o referencial teórico e metodológico que fundamentou suas análises, interpretações e conclusões”, além das demais informações pertinentes a todo o procedimento.

Como reunir seguramente as informações e resultados obtidos e apresentá-los de maneira descritiva e objetiva é o destaque do capítulo 8 “Análise” que discorre sobre as possíveis maneiras para tal, enfatizando o cuidado e o manejo prudente com tais informações bem como o posicionamento pessoal do(a) autor(a) do laudo psicológico.

Após findada a análise, “Conclusão e Referências” dispostos no capítulo 9 destacam a identificação do diagnóstico, encaminhamentos, intervenções e demais componentes, sempre elaborada de maneira clara e baseada nas fundamentações teóricas que cercaram todo o processo.

Encerrando a 1ª parte desta obra, o autor retoma, no capítulo 10 “Apreciação dos Laudos Construídos” os três casos que ilustraram os solicitantes no capítulo 4 e nos apresenta os trabalhos concluídos em três esferas, revelando a ausência de rigidez em um único modelo e a flexibilidade frente às diversas possibilidades de se construir um laudo psicológico adequado, alinhado a Resolução n. 006/2019 (CFP 2019).

Chegando na 2ª parte da obra o autor conduz os próximos 15 capítulos para a elaboração de documentos psicológicos baseados em novas perspectivas e de uma maneira mais aprofundada aos preceitos da Resolução n. 006/2019 (CFP, 2019b).

Ao falar sobre o crescente envolvimento ao elaborar um laudo psicológico, o autor, em “Prelúdio” capítulo 11 faz referência a sua harmoniosidade ao partir de elementos simples e de baixa complexidade que unem-se um ao outro de maneira integrativa e finalizam o laudo psicológico e a cada Avaliação Psicológica reflete-se um novo documento desenvolvido através de sua queixa e demanda, requerendo total compreensão e envolvimento na investigação, pautado pela ética e respeito, tratado  no capítulo 12, “Sempre um novo mundo…”.

Reiterar que o laudo psicológico não finaliza o processo da Avaliação Psicológica, mas sim o processo clínico que gerou a necessidade da Avaliação Psicológica, reforça a necessidade de atentar-se aos instrumentos adequados que contribuirão ao processo, trazendo ao capítulo 13, “Clínica e sofisticação”, os conceitos de sensibilidade e especificidade como componentes a serem considerados.

O capítulo 14, “Acerca do latifúndio”, inicia a reflexão sobre ética e conduta por parte do profissional e sua adequada atuação, cabendo aqui a ética pessoal além da pertinente ao exercício do profissional de Psicologia.

Através de um novo olhar, o autor aborda o processo contemporâneo da Psicologia, discorrendo no capítulo 15, “Laudos e os Novos Contextos”, sobre a amplitude da prática da Psicologia assim como da Avaliação Psicológica, e a necessidade de ir além de princípios técnicos na elaboração dos laudos psicológicos, considerando documentos específicos orientados na Resolução n. 006/2049 (CFP, 2019b) substituindo dessa forma a normativa 007/2003 (CFP, 2003).

No capítulo 16, “Para além do arcabouço”, o autor nos conduz além da competência técnica através de uma visão harmoniosa do laudo psicológico, seguindo à estrutura do documento desde a apresentação do “Caso clínico e o início do laudo” no capítulo 17 até a “Conclusão e Referências” abordadas no capítulo 22.

Nestes, destacam-se detalhes tangentes a Identificação e à Descrição da Demanda, inserindo elementos válidos à esta última. A descrição do Procedimento fortemente entrelaçada à Análise reforça a habilidade técnica necessária do profissional e sua capacidade em delinear os resultados colhidos, que levarão à Conclusão do laudo psicológico.

De maneira didática e bem esclarecedora, o capítulo 23, “Visualizando o laudo”, ilustra a formatação do laudo elaborado com o exposto nos capítulos antecessores, trazendo componentes relevantes e cabíveis a questão protetiva.

Retomando sobre o fazer ético, no capítulo 24, “Aspectos éticos, devolutiva e guarda do laudo”,  o autor discorre mais profundamente a respeito, reforçando sua importância e exímia, imperando ao profissional “a observação com destreza às normas e regulamentações para a realização da avaliação e, não menos importante, para a elaboração de documentos técnicos”, considerando aqui o Código de Ética Profissional do Psicólogo bem como as implicações suscetíveis ao processo, tangendo pelos princípios da beneficência, autonomia e justiça, refletindo uma visão expressiva do laudo psicológico, empática e menos rígida discutida em “Uma feição de arte” no capítulo 25, que finaliza a obra.

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Sonia Regina Baptista Cepellos

Psicóloga, formada há 40 anos pela Faculdade de Psicologia, Ciências e Letras São Marcos (SP) e há 25 é proprietária e diretora da Omega Livraria & Psicologia Integrada em Sorocaba /SP.

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