por Regina Célia Gomes de Rezende
Quando o termo musicoterapia é citado, gera dúvida na maioria das pessoas pois muitos não sabem que estamos tratando de arte e ciência. Por conta desta situação, é imprescindível destacar sua definição e, também, informar que a música (som) entra no processo terapêutico como ferramenta, ou seja, não é aprendizagem de música.
Aliás, não há necessidade de conhecimento formal de música, pois nos encontros, participantes expressam as músicas e sonoridades que conhecem e que têm algum sentido nas suas vidas. Assim se faz o tripé que é formado pela música/musicoterapeuta/pessoas participantes.
As definições e conclusões evoluíram, mas a “oficialização” se fez durante a 2ª Guerra Mundial, quando foi utilizada pelo exército para auxiliar o recondicionamento físico e como terapia ocupacional para os soldados. Há inúmeras citações de que a musicoterapia foi “oficializada” a partir daí, por volta de 1944, mas há relatos desde a Antiguidade (Egito e Grécia) acerca da utilização da música para trazer bem-estar.
Sabemos que “Os Concertos de Brandemburgo”, de Johann Sebastian Bach, em 1721, foram dedicados e apresentados ao Marquês de Brandemburgo – e há quem diga que foi para trazer bem-estar a este porque se encontrava enfermo, mas há controvérsias.
Segundo Rolando Benenzon, “a musicoterapia é o campo da medicina que estuda o complexo som-ser humano-som, para utilizar o movimento, o som e a música com o objetivo de abrir canais de comunicação no ser humano, para produzir efeitos terapêuticos, psicoprofiláticos e de reabilitação no mesmo e na sociedade.” (1988).
Já Kenneth E. Bruscia entende que “musicoterapia é um processo sistemático de intervenção em que o musicoterapeuta ajuda o ser humano a promover experiências musicais e as relações que se desenvolvem através delas como forças dinâmicas de mudança.” (2000).
Para que se entenda melhor a função dos musicoterapeutas em uma definição mais atualizada, a UBAM (União Brasileira das Associações de Musicoterapia) apresenta, através de Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha e Sheila Maria Ogasavara Beggiato, que, no Brasil, a busca por encontrar uma definição que revelasse mais de perto as realidades da prática e do pensamento brasileiro sobre a musicoterapia, levou um grupo de profissionais a se reunir no ano de 2018, para elaborar a seguinte definição: “musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda os efeitos da música e da utilização de experiências musicais, resultantes do encontro entre o/a musicoterapeuta e as pessoas assistidas.
A prática da musicoterapia objetiva favorecer o aumento das possibilidades de existir e agir, seja no trabalho individual, com grupos, nas comunidades, organizações, instituições de saúde e sociedade, nos âmbitos da promoção, prevenção, reabilitação da saúde e de transformação de contextos sociais e comunitários; evitando dessa forma, que haja danos ou diminuição dos processos de desenvolvimento do potencial das pessoas e/ou comunidades.”
Não é magia, nem encantamento, é musicoterapia!
Regina Célia Gomes de Rezende
ARTE-EDUCADORA desde 1985. Graduada pela UEL e pós-graduada pela USP e PUCMINAS. Aposentada desde a pandemia (2020) e cursando Musicoterapia (Censupeg – Turma III – Campinas) desde 2022.
Trabalhei durante mais de 30 anos com Música, Arte e Teatro na Educação (Colégio Marista de Londrina; Colégio Carlos Chagas Filho – Anglo; Escola Estadual Professor Oscar Salgado Bueno e Colégio Pártenon).
Agora estou entre Arte e Ciência buscando conhecimentos para, através da Musicoterapia, “fazer mais um monte de gente feliz!”
Referências
Benezon, R.. (1988) Teoria da musicoterapia. Grupo Editorial Summus.
Buscia, K. E. (2000). Musicoterapia, Definindo. Rio de Janeiro.
www1.folha.uol.com.br (Folha Online – Equilíbrio)
www.ubammusicoterapia.com.br