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Por que precisamos falar de TDAH na vida adulta?

A imagem mostra uma mesa de madeira com materiais escolares organizados. No lado esquerdo, há um suporte para lápis cheio de canetas, lápis e um marcador amarelo. Ao centro, estão três livros empilhados horizontalmente, e sobre o livro superior há uma maçã vermelha com uma folha verde. Ao lado da maçã, encontra-se uma lupa posicionada sobre os livros. O fundo é uma superfície verde, lembrando um quadro escolar. Essa imagem remete ao ambiente acadêmico e simboliza o conhecimento e a busca por aprendizado, temas que podem ser associados à importância de incluir a saúde mental como pauta nas empresas, considerando o bem-estar e a educação sobre o tema no ambiente de trabalho.

por Edyleine Bellini Peroni Benczik

Até meados dos anos 90, o TDAH foi considerado um transtorno exclusivamente infantil. A partir desta época, as informações sobre o TDAH na vida adulta, antes restritas ao ambiente acadêmico/científico, foram difundidas para a população leiga. Porém, apenas em 2013, a condição vitalícia do transtorno tornou-se oficial.

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), é classificado como do neurodesenvolvimento pela American Psychiatric Association, com início na infância e de curso crônico, permanecendo na vida adulta entre 2,5 a 5 % dos casos, segundo pesquisas.

As manifestações comportamentais visíveis do TDAH podem se dar por um padrão persistente de desatenção, e/ou de hiperatividade/impulsividade, causando prejuízos funcionais significativos na vida adulta em graus variados e menor qualidade de vida.

 

O impacto através da vida

Na vida adulta, os sintomas de hiperatividade se manifestam em conversas excessivas, inquietação interna de hiperexcitação. As pessoas não conseguem relaxar ou estão sempre tensas, têm dificuldade para dormir e podem tentar compensar usando álcool, drogas ou remédios sem orientação médica.

Já, a impulsividade é percebida nas ações sem reflexão anterior, como gastar muito ou rápido demais, renunciar a empregos de forma prematura, se arriscar no trânsito e no sexo. Há distrações e atrasos frequentes, dificuldade de organização e para cumprir prazos, não dão sequência em tarefas simples, como ler um livro até o fim e tendem a procrastinar.

É fundamental contar com um diagnóstico clínico preciso e apesar de não ter cura, o TDAH tem tratamento. A terapia cognitivo-comportamental ajuda o indivíduo a desenvolver estratégias para lidar com as suas limitações, desenvolvendo o autocontrole e a autoestima. A medicação trata especialmente dos sintomas do transtorno. Ter bons hábitos de sono, exercícios físicos regulares e alimentação equilibrada ajudam a manter a saúde geral.

O diagnóstico de TDAH, embora possa vir acompanhado de estigmas, é libertador, promove conscientização e maior qualidade de vida pessoal, familiar e profissional. Reconhecer que há algo errado e buscar ajuda é, sem dúvida, o melhor caminho a seguir. O TDAH é coisa séria e precisamos falar dele na vida adulta!

Edyleine Bellini Peroni Benczik

Psicóloga e neuropsicóloga. Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo e Mestre em Psicologia Escolar pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Já publicou vários livros e capítulos relacionados ao (TDAH), além de ser de sua autoria a escala nacional mais utilizada para a avaliação deste transtorno em adolescentes e adultos, a qual é apresentada no Manual da Escala para o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade da Vetor Editora.

Texto originalmente publicado no site AB Noticia News, em 18/12/2024: https://abnoticianews.com.br/noticia/170513/por-que-precisamos-falar-de-tdah-na-vida-adulta

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