O fim do 2º milênio significou o fim de uma era. O 3º milênio, no seu crepúsculo, já anunciava várias e profundas mudanças. Muitas coisas se alteraram. O caos, a complexidade e a natureza sistêmica da vida passaram a fazer parte da consciência do ser humano moderno. O ciberespaço e a comunicação eletrônica transformaram nossa maneira de trabalhar, de gerir as organizações, de nos relacionarmos uns com os outros e de ver o mundo e a vida. Transformações dessa magnitude não podem ser evitadas.
O que vivemos é uma transição de dimensões planetárias. Uma profunda e completa mudança na mentalidade da cultura, das relações sociais e formas de organizações sociais. O que se observou no século passado foi um progresso predominantemente racional e intelectual. Percebe-se hoje que é necessário um progresso nas questões sociais.
O processo de começar a descobrir e a inventar as novas formas organizacionais que vigorarão neste século apenas começou. É preciso coragem para desapegar do velho mundo, de renunciar a muita coisa que prezamos até agora, de abandonar as nossas interpretações sobre o que funciona e o que não funciona. É necessário aprender a ver o mundo de uma forma nova e revigorada.
Como disse Einstein, “nenhum problema pode ser resolvido a partir do mesmo grau de consciência que o criou. É preciso ir mais longe” (Gazeta do Povo, 2017). Já entendemos que o nosso sistema é vivo e, como tal, vive em permanente movimento, transformação e auto-renovação. Com base nesse entendimento, podemos esperar que os vários movimentos fluam juntos e formem uma poderosa força de mudança social.
O momento é de transformação, portanto de ação. É o momento de enfrentar e vencer os desafios. A mudança é intencional. Administrar a mudança, guiar o próprio processo de aprendizagem torna o processo mais leve, suave e eficaz. É uma decisão assertiva. É a renovação por meio da esperança.
O professor de Harvard Jerome Groopman fala do papel da esperança no seu livro A Anatomia da Esperança (2004), como sendo a sensação do controle sobre o próprio destino, da construção da própria vida, de uma nação ou de um povo.
Por onde começar a transformação? Pela educação. Não temos dúvida, ao contrário, certeza absoluta. A educação é a força capaz de promover a mudança e a libertação. Ela tira o ser humano da acomodação e da alienação e o conduz para a ação, a reflexão e a conscientização.
Paulo Freire afirma que ela, a educação, é capaz de construir “uma nova sociedade, que, sendo sujeito de si mesma, tivesse no homem e no povo sujeitos de sua história” (Freire, 1965, p. 35).
A Educação é a única via que leva ao desenvolvimento. Se quisermos participar do novo mundo esse é o caminho.
Elìna Borges
Mestre em Engenharia da Produção, Especialista em Gestão Estratégica de Marketing, Administradora. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, Psicóloga. Consultora de Negócios, Palestrante e Escritora. Professora universitária por 32 anos (PUC – Goiás, UEG, FATESG-SENAI, Uni-ANHANGUERA, Uni-EVANGÉLICA, FASEM).
Referências
Freire, P. (1965). Educação como Prática da Liberdade. Ed. Paz e Terra.
Groopman, J. (2004). A anatomia da esperança. Ed. Objetiva.
Polak, C. M. et al (2017). É necessário ressignificar para alcançar novos resultados. Gazeta do Povo.