Burnout hoje O que sabemos e como podemos lidar com ele? | Resenha Insight

por Elizabete Silva Damasceno

O livro “Burnout hoje: o que sabemos e como podemos lidar com ele?” é uma obra organizada por Ana Claudia Souza Vazquez, Clarissa Pinto Pizarro de Freitas e Claudio Simon Hutz. Os autores exploram as complexidades e os impactos permeados por esse estresse crônico no ambiente de trabalho.

Os autores levantam questões que exploram suas complexidades e impactos, buscando respostas nas evidências mais recentes e robustas, quais são as definições mais apuradas, os principais sinais e sintomas, causas e efeitos. Visam responder como diferenciar burnout de depressão e ansiedade, e quais são os recursos oferecidos atualmente para lidar com esse adoecimento. Esses são os principais questionamentos, aos quais os autores procuraram trazer reflexões, com base nas evidências científicas mais atuais e bem fundamentadas.

Organizado por aqueles que representaram o Brasil no consórcio que reuniu 41 países para refletir e desenvolver ciência, oferece uma análise detalhada sobre o tema. Através do esforço colaborativo do grupo de pesquisadores nasce este livro, que é dividido em sete capítulos.

O primeiro capítulo, escrito por Hans De Witte e Wilmar B. Schaufeli, e intitulado “Burnout: o que é? E o que não é?, em busca de prevalência, causas, consequências e soluções”, em sua introdução, aborda o impacto que a pandemia do COVID-19 causou, impulsionando crises de ansiedade e, em sequência, aborda as consequências desse impacto e suas possíveis soluções. Apresentam novos conceitos da exaustão psicológica extrema, assim como atualiza conceitos e distingue o burnout do que venha a ser caracterizado como estresse no trabalho e depressão.

O capítulo dois “Estudos sobre Burnout no Brasil: avanços recentes à luz da Psicologia Positiva” é escrito por Ana Claudia Souza Vazquez, Clarissa Pinto Pizarro De Freitas e Claudio Simon Hutz. Os autores apresentam os estudos recentes sobre o burnout, que reuniram pesquisadores de outros quarenta países, sendo referência mundial no campo da saúde ocupacional e da Psicologia Positiva.

No capítulo três “Estudos de Burnout em países da América Latina”, escrito por Andrea Marilin Vinueza-Solorzano, Antonio Ramón Gómez-García e Cecilia Alexandra Portalanza-Chavarría, destacam em sua introdução a interferência que a saúde mental e suas implicações causam no desenvolvimento econômico dos países. Em seguida, discorrem acerca da Psicologia Positiva, recursos e demandas laborais. Apresenta ainda estudos de validação de instrumentos de medição psicométrica na América Latina e Equador.

O capítulo quatro “Os papéis do redesenho do trabalho e da segurança psicológica na prevenção da síndrome de Burnout”, de autoria de Etri Bandeira Junior e Clarissa Pinto Pizarro De Freitas, relata sobre a evolução dos estudos desde a primeira utilização do termo Burnout, em 1974, pelo psicanalista alemão Herbert Freundenberger, até os resultados das pesquisas mais recentes que investigam a exaustão por demandas excessivas no ambiente de trabalho. O capítulo ainda discorre sobre sintomas primários, como o cansaço extremo, declínio da autorregulação emocional, declínio da autorregulação cognitiva e distanciamento mental.

O capítulo cinco, fala sobre “Adição ao trabalho e síndrome de Burnout: revisão integrativa”, escrito por Douglas Bertoloto Lima, Andrea Marilin Vinueza- solórzano, Clarissa Pinto Pizarro De Freitas e Jaqueline De Carvalho Rodrigues. Nele, é apresentado como foi feita a seleção da coleta de dados que nortearam a contrução da revisão integrativa apresentada nesse capítulo.

A escolha dos documentos se deu a partir de três critérios que pudessem versar sobre: o workaholism como preditor da síndrome de burnout, prejuízos psicifísicos advindos do workahalism , e estratégias de controle. Com base nesse três criterios foram analisados 37 manuscritos e escolhidos dez artigos e quatro dissertações de mestrados. Os escritos selecionados levantam questões da relação entre burnout e workaholism.

O capítulo seis, intitulado “Diferenças diagnósticas entre síndrome de Burnout, transtornos depressivos e transtornos de ansiedade”, escrito por Malu Joyce De Amorim Macedo, Dayane Santos Martins, Maria Bagatin Bermudez e Carolina Blaya Dreher, relaciona esses três diagnósticos e o que os diferenciam, de forma clara e exemplificativa.

No capítulo sete “Burnout e engajamento no modelo JDR: normas brasileiras para Bat e Uwes”, os autores Ana Claudia Souza Vazquez, Claudio Simon Hutz e Clarissa Pinto Pizarro De Freitas trazem as normas brasileiras para as ferramentas de avaliação e classificação para o diagnóstico de burnout, bem como suas comprovações científicas, apontando recursos laborais de engajamento e fatores de proteção que inversamente vivenciados, culminam em demandas laborais geradoras de fatores de risco, potencializando as chances de Burnout.

Ao final do capítulo é apresentado o resultado da comparação das duas escalas. Vale ressaltar que a avaliação psicológica deve se deter nas versão brasileiras dessas escalas.

Ademais, o livro se mostra uma ferramenta atual e de extrema importância para o profissional que quer garantir um conhecimento de qualidade. O sucesso da pesquisa que deu nascimento a este livro, oferece ao leitor uma leitura esclarecedora e essencial, tal qual um banquete de conhecimento para profissionais e interessados no tema, especialmente no contexto de um mundo cada vez mais exigente e competitivo, e faminto de ciência para lidar com essa condição.