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Dicas de Leitura

Manual de Desenvolvimento de Instrumentos Psicológicos

A obra organizada por Bruno Figueiredo Damásio e Juliane Callegaro Borsa foi dividida em 17 capítulos que abordam a importância dos processos e das análises estatísticas na construção de instrumentos psicológicos, esclarecendo os fundamentos da mensuração em psicologia para criação de instrumentos fidedignos e válidos.

O primeiro capítulo, intitulado “Construção e adaptação de instrumentos psicológicos: dois caminhos possíveis”, das autoras Juliane Callegaro Borsa e Mariana de Miranda Seize, promove a reflexão dos motivos que levam um pesquisador à escolha de construir ou adaptar um instrumento, enumerando os requisitos e conhecimentos necessários para seguir com o processo e as vantagens e desvantagens de adaptar instrumentos, além dos procedimentos.

Em “Construção de instrumentos psicológicos”, de Lucas de Francisco Carvalho e Rodolfo Augusto M. Ambiel, encontramos uma reflexão sobre a avaliação psicológica como um processo não padronizado, mas, sim, flexível, em que os profissionais da psicologia devem basear suas conclusões não apenas nos testes, mas na integração de diversas informações. O capítulo colabora com o entendimento dos processos de um teste e finaliza com um caso ilustrativo sobre o desenvolvimento de um instrumento psicológico.

Monalisa Muniz e Clarissa Pinto Pizarro de Freitas, em “Padronização e normatização de instrumentos psicológicos”, definem nomenclaturas importantes, como padronização e normatização, e esclarecem cuidados indispensáveis.

Gráfico de barras com cores variadas e com linha de tendência. Abaixo do gráfico, fotos recortadas de pessoas em miniatura formando uma multidão de gênero e etnia variados.

Rodolfo Ambiel e Lucas Franscisco Carvalho são os autores de “Definições e papel das evidências de validade baseadas na estrutura interna em psicologia” e afirmam o quanto é difícil – ou praticamente impossível – pensar em um conceito psicológico que seja unitário e independente de outros, de modo que a produção científica nessa área precisa ser sustentada por teorias profundas. Os autores esclarecem que a estrutura interna de um teste está relacionada ao modo como os itens se correlacionam e explicam como essa correlação diz respeito a características psicológicas.

“Evidências de validade com base nas relações com medidas externas: conceituação e problematização”, de Clarissa Pinto Pizarro de Freitas e Bruno Figuereido Damásio, esclarece que fenômenos psicológicos não podem ser observados diretamente ou avaliados de modo tangível, esclarecendo os diferentes tipos de validade baseados em medidas externas que podem ser utilizados, as quais contribuem para demonstrar que o instrumento mensura o que se propõe a avaliar.

José Maurício Haas Bueno, Débora Alvez de Amorim e Emily Souza Gaião e Albuquerque, em “A implantação do Satepsi e seus impactos na área de avaliação psicológica”, esclarecem os motivos que levaram à criação do sistema, entre eles, a existência de testes sem comprovações científicas com implicações éticas envolvidas.

 

Escalas de uso clínico

Em “Escalas de uso clínico”, os autores Giovanni Abrahão Salum Junior, Diogo Araúo De Souza e Maurício Scopel Hoffmann mostram a evolução dos manuais diagnósticos (DSM E CID) e enumeram as principais escalas de avaliação clínica na saúde mental de adultos e crianças e a relação de sintomas e funcionalidade.

Airi Macias Sacco, em “Medidas implícitas”, esclarece que o uso de medidas implícitas demanda cuidados metodológicos, controle e padronização. A autora pontua e explica as medidas mais utilizadas e conclui que o desenvolvimento de medidas representou um grande avanço para os estudos científicos.

No capítulo “Instrumentos informatizados e testagem adaptativa computadorizada”, de autoria de Fabiano Koick Miguel, são apresentados alguns problemas enfrentados na aplicação de um teste em papel e, em seguida, os benefícios e cuidados para uma avaliação informatizada, além dos fundamentos da testagem adaptativa computadorizada.

Sobre testes na área de neuropsicologia, as autoras Jerusa Fumagalli de Salles e Jaqueline de Carvalho Rodrigues contribuem com o capítulo “Especificidades da construção de instrumentos neuropsicológicos no contexto brasileiro”, esclarecendo o que é neuropsicologia, quais são os passos para a construção de um teste e apresentam alguns testes da área construídos no Brasil.

Bruno Damásio e Douglas de Farias Dutra, em “Análise fatorial exploratória: um tutorial com software Factor, explicam o que é análise fatorial exploratória e apresentam um tutorial do softaware Factor, que foi inicialmente desenvolvido para análises fatorais.

“Verificando o número de dimensões por meio do exploratory graph analysis, elaborado por Hudson F. Golino, contribui com a compreensão do que é uma análise fatorial exploratória, apresenta conceitos de técnica para verificar dimensões em instrumentos psicológicos e apresenta a técnica Exploratory Graph Analyzis, bem como explicações sobre como utilizá-la.

Em “Introdução à análise fatorial confirmatória”, os autores Vithor Rosa Franco, Felipe Valentini e Fábio Iglesias iniciam o capítulo com definições de psicometria, de traço latente, de análise fatorial e seguem com representações gráficas de análise fatorial, representação gráfica de um modelo de estrutura e explanam sobre métodos de estimação.

A obra segue com capítulos sobre análises estatísticas com “Modelagem de equações estruturais: aplicações à validação de instrumentos psicométricos”, de Juliana Alvares Duarte Bonini e João Marôco, esclarecendo o que é a análise de equações estruturais, seguindo com o conceito de validade de instrumentos psicométricos e expondo a descrição do processo de avaliação da validade.

Felipe Valentini, Vithor Rosa Franco e Fabio Iglesias, autores de “Introdução à análise de invariância: influência de variáveis categóricas e intervalares na parametrização dos itens”, apresentam as diferenças de parametrização dos itens de um teste, análise fatorial de multigrupos e pontuam sobre o procedimento Bootstrap.

 

Introdução à família de modelos da teoria de resposta ao item para dados dicotômicos usando o R

Em “Introdução à família de modelos da teoria de resposta ao item para dados dicotômicos usando o R”, de Hudson Golino, é apresentado o modelo dicotômico de Rasch com exemplos de elaboração de um instrumento e dados de psicometria, como índices de ajuste infit e outfit, e as curvas características dos itens.

Nelson Hauck-Filho, Ariela Raissa Lima Costa e Nara Cíntia Alves Cordeiro finalizam a obra com “Análise taxométrica: decidindo entre a modelagem dimensional ou categórica de variáveis latentes” e esclarecem conceitos de análises estatísticas, como táxon, variável latente e análise taxométrica.

A obra é esclarecedora a todos psicólogos que fazem uso de testes psicológicos, contribuindo para leitura e o entendimento de diversos processos contidos nos manuais de testes e a todos que tenham interesse em construir um teste psicológico.

Resenha escrita por Ariane Bizzarri Costa Pires

Ariane Bizzarri Costa Pires

Psicóloga, mestranda em Saúde do Adulto e Idoso pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ). Neuropsicóloga pelo Conselho Federal de Psicologia, com especialização em Neuropsicologia aplicada a Neurologia Infantil pela Unicamp e em Neuropsicologia pela Faculdade de Ipatinga.

Atua no ambulatório de Geriatria e Gerontologia na Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), com avaliações neuropsicológicas. Psicóloga na Vetor Editora e professora de pós-graduação.

 

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