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Escala de desregulação emocional, um bem necessário

A imagem apresenta um conjunto de esferas azuis agrupadas, cada uma contendo um rosto feliz, representado por um círculo com olhos e um sorriso brancos. No canto direito, destaca-se uma esfera amarela com um rosto triste, caracterizado por olhos e uma boca em forma de arco para baixo. O fundo é azul claro, proporcionando contraste com os elementos principais. A composição simboliza o contraste entre estados emocionais positivos e negativos, alinhando-se à ideia de desregulação emocional. Essa imagem está associada à Escala de Desregulação Emocional - Versões Adultos e Infantojuvenil (EDE-A e EDE-IJ), enfatizando o conceito de equilíbrio e desajuste emocional, disponível na Vetor Editora.

por Ester Borges de Lima Dias

Quem já não se deparou com impasses entre o impulso e a ponderação diante de algo que deseja ter ou fazer?

Geralmente é o que acontece diante de intensa vontade de obter algo, ou dar vazão a uma emoção forte. Por exemplo, comprar livros, roupas ou algo que julga precisar muito, “a viagem merecida”, um relacionamento atrativo (embora duvidoso), abandonar um emprego que desafia, fugir de “impossibilidades” ou algo que impacta, gera desconforto.

Seja a reflexão ou tomada de decisões, faltando controle e sobrando emoções geram efeito danoso ao indivíduo. É dessa forma que, sem autorregulação, usar o cartão já tão sobrecarregado se torna permitido ao dividir infinitas vezes, pedir a alguém próximo que arque com a despesa; “largar” o emprego, dar vazão à raiva, fugir do parceiro/relacionamento repentinamente, são ações impensadas, intempestivas que, tantas e quantas vezes, têm trazido prejuízo em diversas áreas da vida de pessoas que desconhecem estar sub judice de emoções negativas em descontrole.

Por ser um comportamento que ocorre incontáveis vezes e com tantas pessoas de diferentes idades e culturas, o estudo desse construto e, posteriormente, o uso de instrumento adequado para mensurá-lo, deve ser passo considerado por psicólogos em atendimento clínico ou avaliativo.

Com ou sem diagnósticos de transtorno psíquico ou de personalidade, clientes/pacientes seguem à margem do alcance de objetivos, com dificuldade de adaptações ou estratégias necessárias para alcançá-los, vivem à mercê de reações desordenadas, prejudicando a si mesmo e àqueles que estão ao seu redor.

Essa dificuldade – de controlar impulsos – ou melhor, déficit quanto à regulação emocional, é alvo, (no senso comum, carente de conhecimento), de rótulos: fulano é “sem juízo”, “desmotivado”, é “problemático(a)”, “não tem de força vontade”, “é descontrolado(a)” e por aí vai.

A ciência nomeou essa condição de desregulação emocional ou incapacidade de Autorregulação Emocional – AE. Aliás, quando se trata de desenvolvimento emocional adequado, seja autorregulação, autoconhecimento, automonitoria e/ou autocontrole, espera-se que esses comportamentos sejam parte de vários momentos do ciclo vital, sobretudo no adulto.

Há desafios, que necessitam de determinação, o que nem sempre está à disposição do indivíduo que dela carece. Algum tipo de intervenção é o caminho.

A AE é descrita por Noronha et al. (2019), citada por Batista et. al., “como a habilidade necessária para administrar exitosamente as situações aversivas, com o intuito de deter o controle, ainda que as situações gerem estresse e mal-estar (p. 13).” O que está colocado torna evidente a importância da AE para seguir em rota de vida mais assertiva e autorregulada. Citando Tamir (2016), Batista et al. (2023) concordam que AE tem características responsáveis pela flexibilidade, contenção e modulação de situações aversivas para estados emocionais mais positivos e de bem-estar.

Percebe-se, então, a abrangência e importância do instrumento construído a partir do referido construto para promover, entre outras, o planejamento psicoterápico de um cliente/paciente cuja ausência dessa habilidade esteja causando sofrimentos a si próprio e aos que com ele convivem.

Em resumo, seja por transtornos de personalidade, por dificuldade em contextos educativos, laborais, interpessoais, sociais e da saúde, essa habilidade multidimensional afeta positiva ou negativamente, garantindo sucesso em empreendimentos pessoais em várias áreas da vida ou limitando a independência, o sucesso e a capacidade de seguir um caminho virtuoso e de conquistas consistentes.

Capa da Coleção EDE, Escala de Desregulação EmocionalSendo assim, a Escala de Desregulação Emocional representa, para o cliente/paciente, conhecimento de áreas fragilizadas que são cruciais ao avanço e promoção do funcionamento adaptativo nos variados contextos da vida; para o psicólogo, um planejamento psicoterapêutico focado no déficit, o que é um ganho significativo devendo, assim, justificar e impulsionar o profissional a conhecê-la melhor.

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Referência

Batista, M. N., Noronha, A. P., Bonfá-Araújo, B. (2023). EDE-A Escala de desregulação emocional: Versão adultos e EDE-IJ Escala de desregulação emocional: Versão infantojuvenil. [Manual técnico] (1ª ed.). Vetor Editora.

Ester Borges de Lima Dias

Graduada em Psicologia pelo CEULP/ULBRA (2018). Especialista em Avaliação psicológica, Cursando Especialização em Habilidades Sociais, atuando em clínica com atendimento a adultos e Psicologia Organizacional na área de T&D e Saúde Mental.

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