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Criatividade, psicologia, evolução

Close-up rosto pintado com cores diversas.

No dia 21 de abril de 2017, foi instituído, pela Organização das Nações Unidas (ONU), o dia mundial da criatividade e inovação. Uma data que visa a aumentar o nível de consciência sobre o papel da criatividade no desenvolvimento humano e da sociedade.

Sendo eu uma profissional que atua com foco no desenvolvimento humano e organizacional, sinto-me impelida em abordar o tema da criatividade também dentro do âmbito de empresas que procuram se manter ativas e atuantes, com foco em sua sustentabilidade e evolução. Também me sinto chamada a falar um pouco mais sobre a criatividade do ponto de vista da psicologia, buscando a integração dos dois contextos.

Se falamos em conscientização, falamos sobre trazer à luz o autoconhecimento, tanto do indivíduo como das organizações, e como ambos se observam como agentes geradores de ideias e busca de soluções. E, nesse caso, a psicologia exerce um importante papel para esse desenvolvimento, seja no sentido cognitivo, motivacional e emocional.

Um bom ponto de partida é a observação do que Garcês et al. (2015) chamam de personalidade criativa, em que alguns dos aspectos que podem caracterizar essa personalidade são consciência criativa, originalidade, independência, gosto pelo risco, curiosidade, humor, atração pela complexidade, atração pela novidade, sentido artístico, mente aberta, desejo por privacidade, tolerância à ambiguidade.

Outro ponto importante a ser ressaltado é que, ao contrário do que se mistificou, a criatividade não é exclusividade de alguns gênios escolhidos por uma divindade. E esse é apenas um mito que se criou em torno desse construto.

De acordo com Preise e Bucholz, citados por Berzbach (2013), existem 21 tipos de preconceitos com relação à criatividade. Mais um ponto em que a psicologia pode colaborar, ajudando a eliminar os mitos e a desenvolver a personalidade criativa.

Com base nesses aspectos, começamos a perceber como a influência de intervenções psicológicas pode ser relevante para as pessoas e empresas, como forma de colaborar para o entendimento do cenário em que estão inseridos e procurar estratégias que as levem a um novo tipo de comportamento e atitude criativa.

Do ponto de vista organizacional, ressalta-se também uma análise importante, que está relacionada ao ambiente. Alguns elementos no ambiente de trabalho podem tornar os profissionais mais criativos, por exemplo, ambientes tolerantes ao risco, que permitam flexibilização de ideias e atividades, estimulem a multidisciplinaridade.

O desenvolvimento de um ambiente mais criativo também pode ser auxiliado com uma avaliação do perfil da liderança, de modo que possa ser identificado como está a abertura e a disponibilidade dessa liderança para que isso aconteça.

De acordo com Berzbach (2013), o clima de trabalho tem grande influência sobre o empenho criativo, em que os psicólogos observam que a margem de autonomia é decisiva, e uma maior liberdade de atuação fomenta a criatividade e intensifica a motivação. Se a liderança não tiver um perfil que permita e corrobore para essas condições, certamente dificultará a evolução para um ambiente criativo.

Tudo isso pode ainda ser complementado com treinamentos, que podem elevar o nível de reconhecimento de oportunidades, que estimulem práticas para gerar novas ideias e resolver problemas, desenvolvimento de visão crítica, de pensamento divergente, entre outras.

Considerando a importância da criatividade para a sobrevivência e evolução da humanidade, estar atento a esse construto e como fazer para desenvolvê-lo tornou-se ainda mais relevante com o avanço das novas tecnologias, que ocupam um lugar em processos operacionais e abrem espaço para o humano ocupar seu lugar de geração de ideias e soluções de problemas mais complexos.

Anna Maria Buccino

Administradora de empresas, consultora, especialista em Psicologia Positiva, especialista em marketing de serviços, gerente das áreas comercial e de serviços na Vetor Editora Psicopedagógica.

Referências

Berzbach, F. (2013). Psicologia para criativos: dicas e sugestões de como manter a originalidade e sobreviver no trabalho. São Paulo, SP: Ed. G.Gili.

Garcês, S., Pocinho, M., Jesus, S. N., Viseu, J., Imaginário, S., & Wechsler, S. M. (2015). Estudo de validação da escala de personalidade criativa. Revista Iberoamericana de Diagnóstico y Evaluación – e Avaliação Psicológica, 2(40), 17-24. Recuperado de https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=459645432003

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