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Plantão Psicológico Institucional: o auxílio na emergência

Homem em pé com o braço direito estendido para a frente e a mão em posição de cumprimento.

Diante das demandas da vida contemporânea que englobam as tarefas familiares, laborais e sociais, é possível que os indivíduos tenham em algum momento uma sensação inicial de cansaço, estafa ou esgotamento e se sintam inoperantes ou com poucos recursos para lidar com esse cenário que exige uma postura saudável e também resiliente.

Além disso, imprevistos, intercorrências e fatalidades podem acontecer em meio à rotina cotidiana, o que pode afastar, ainda que momentaneamente, os sujeitos de sua condição de equilíbrio, estimulando-os a lutarem por seu reestabelecimento ou recuperação.

São para essas condições que o serviço de plantão psicológico se aplica, visto que é um trabalho caracterizado pela manutenção de profissionais de psicologia ou estagiários sob supervisão à disposição de uma comunidade ou instituição, visando oferecer suporte emocional por meio da expressão dos sentimentos, o que pode colaborar para a reorganização psíquica, bem como para o restabelecimento da resiliência e autonomia dos indivíduos.

Essa atenção oferecida pelos profissionais de psicologia na urgência pode se dar em forma de acolhimento, compreensão da queixa, fornecimento de informações e, também, como espaço de escuta e de ressignificação de posturas. Posteriormente, pode ocorrer o encaminhamento dessa pessoa para outros serviços e especialidades.

Quando uma instituição tem a chance de, no seu ambiente, proporcionar às pessoas que ali estão uma visão mais clara e abrangente de si e de suas perspectivas frente às suas questões, é possível constatar a oportunidade preciosa que há na estrutura social vigente de promover ações de saúde mental, tornando o ambiente institucional um espaço de desenvolvimento e transformação social.

É preciso que cada vez mais as instituições – escolas, hospitais, empresas, ONGs, dentre outras – estejam preparadas e abertas ao não planejado, à possibilidade de um único encontro entre integrante e profissional para que nessa oportunidade seja possível tentar responder à demanda daquele que procura por esse serviço naquele momento específico.

Afinal, em tempos de aceleração e produtividade mais valorizadas do que a qualidade de vida, das relações e dos ambientes, o cuidado torna-se mais que um ato, mas atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com os seres humanos.

O cuidado como modo de ser perpassa toda existência humana e possui ressonâncias, como o amor, a justa medida, a ternura, a carícia, a cordialidade, a convivialidade e a compaixão que garantem processos de humanização imprescindíveis para sobrevivência.

Deste modo, nessa desafiante tarefa de criar espaços de compreensão empática, escuta atenta e acolhedora, assim como, de aceitação incondicional ao modo como o outro se revela, é possível construir uma atmosfera em que o encontro com a diferença se torne uma preciosa chance de transformação e promoção de saúde que tanto os indivíduos carecem na contemporaneidade.

Autor: Luiz Francisco – CRP 06/78834

Mestre em Bioética com graduação em Psicologia e especialização em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, Docência do Ensino Superior e Gestão em Administração Pública. Com especialidade reconhecida pelo CFP em Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), atua como membro da Comissão Gestora Metropolitana, da Comissão de Ética e do Grupo Temático de POT do CRP-SP. Professor nos cursos de pós-graduação em Administração de Recursos Humanos e Gestão Empresarial da UniFSP, Avaliação Psicológica do IPOG e Docência em Enfermagem da ESATECH. Consultor com histórico de atuação nos cinco subsistemas da área de administração de pessoal, tendo desenvolvido trabalhos voltados à gestão estratégica de pessoas em diversas organizações, como treinamento e desenvolvimento de pessoas, coaching, aplicação e correção de testes psicológicos e elaboração de laudos.

 

Referências

DOESCHER, Andréa Marques Leão; HENRIQUES, Wilma Magaldi. Plantão psicológico: um encontro com o outro na urgência. Psicol. estud., Maringá, v. 17, n. 4, p. 717-723, 2012.

MAHFOUD, M. A vivência de um desafio: Plantão Psicológico. In: Rosenberg, R.L. (Org.) Aconselhamento Psicológico Centrado na Pessoa, E.P.U., São Paulo, p. 75-83, 1987.

SOUZA, Bianca Nascimento de; SOUZA, Airle Miranda de. Plantão psicológico no Brasil (1997-2009): saberes e práticas compartilhados. Estud. psicol. (Campinas), Campinas, v. 28, n. 2, p. 241-249, 2011.

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