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Reinserindo a educação corporativa

Por Fábio Camilo da Silva

Um dos pressupostos da sociologia da educação é de que o aumento da violência na sociedade pode levar a um aumento da violência escolar, uma vez que esta última reflete a primeira (Werthein, 2002). Embora não tenha sido nomeada por muitos anos, um dos tipos de violência mais comum e inerente ao ambiente escolar é o bullying.

Apesar de nos países escandinavos o bullying ser um fenômeno estudado desde meados das décadas de 1970 e a partir do final da década de 1980 ter despertado interesse em países como EUA, Japão e Austrália (Olweus, 1983), pode-se dizer que no Brasil é um fenômeno abordado apenas mais recentemente, especialmente a partir da década de 1990 (Sposito, 2001).

Dentre diversas definições, muitas delas mais complementares do que divergentes, pode-se definir bullying como atos repetitivos de violência, seja ela física ou verbal, normalmente emitidos por uma ou mais pessoas (autores) contra outra (vítima), esta última geralmente menor ou mais indefesa do que o agressor.

Malta e cols. (2010) publicaram um artigo sobre o Bullying nas escolas brasileiras a partir do resultado da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2009. Essa pesquisa abrangeu 26 capitais brasileiras e o Distrito Federal, sendo composta por 60.973 alunos de 1.453 escolas públicas ou privadas, os quais cursavam o nono ano do Ensino Fundamental.

Os resultados indicaram que 5,4% dos estudantes disseram sofrer bullying quase sempre/sempre nos últimos 30 dias. Os que disseram sofrer raramente somaram 25,4%, enquanto 69,2% disseram não enfrentar esse tipo de situação. Palmas foi a capital com a menor frequência de bullying (3,5%) enquanto Belo Horizonte apresentou os maiores valores (6,9%).

Quatro pessoas em frente a uma mesa composta por gráficos e post-its organizados para análise.

Também o bullying homofóbico e o ciberbullying (prática de bullying por meio virtual, internet) têm sido constantemente noticiados, não sendo incomum resultarem em suicídio por parte de suas vítimas, muitas vezes jovens que sequer chegaram à maioridade.

Percebe-se, portanto, que é um fenômeno que transcende os  muros da escola e tem graves consequências sociais.

Conforme expõe Vieira (2008) “a violência faz parte do cotidiano da escola e da vida social e se respalda na  desigualdade existente na sociedade, nas diferenças culturais, nas diferenças da forma de agir e pensar, na forma de assimilar o mundo” (p.11862).

Conforme expõe Vieira (2008)

“A violência faz parte do cotidiano da escola e da vida social e se respalda na desigualdade existenta na sociedade, nas diferenças culturais, nas diferenças da forma de agir e pensar, na forma de assimilar o mundo” (p.11862).

 

Diante do exposto, evidencia-se a importância de serem tomadas ações efetivas de combate ao bullying, seja dentro ou fora da escola. Não se nega a complexidade de tais ações, uma vez que envolvem pais, professores, diretores e até mesmo entidades governamentais, mas evidencia-se a urgência de que algo seja feito.

Cabe aos profissionais envolvidos com a educação ou questões sociais pensarem e proporem maneiras e ações que minimizem os danos causados pelo bullying e contribuam para uma mudança do paradigma atual.

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