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Adultez Emergente no Brasil | Resenha

por Sabrina Valverde e Camila Merizi

Foto de homem de pele clara cabelo liso penteado para trás, uma das faces parece estar sendo destacada como se estivesse rasgando uma folha ao meio, surgindo uma face com tonalidade mais acinzentada.

Adultez Emergente no Brasil é um livro para se atualizar em relação ao período de transição
para a fase adulta. Dividido em duas partes, ele traz um panorama do que chama de adultez
emergente e como ela se comporta, assim como motivos para ela se apresentar, procurando uma explicação para seu surgimento na sociedade.

Um adulto emergente seria aquele indivíduo que ainda não se porta inteiramente do modo
como esperado para adultos, porém, não é mais uma criança ou adolescente. São pessoas que por vezes ainda são dependentes financeiramente, moram com os pais, estão fazendo cursos e focando em suas especializações, além de outras características que são abordadas durante a pesquisa.

A parte I, com 13 capítulos, é focada na teorização e na explicação da pesquisa feita com os chamados adultos emergentes (AE). A divisão capitular é feita de acordo com os pontos de importância questionados e faz comparações sobre esses AE se portam em relação ao que seria esperado socialmente.

Segundo os autores, a AE é mais presente em pessoas com nível socioeconômico mais alto, ou seja, indivíduos que nasceram ou, de alguma maneira, foram inseridos em uma família com uma estrutura financeira favorecida e que têm mais possibilidades de se manter estudando e especializando nas áreas em que têm interesse, assim como podem testar mais possibilidades de trabalho, assim, então, escolher algo o que seguir:

Jovens cujas famílias apresentam melhores condições educacionais e
socioeconômicas têm maiores oportunidades de investir mais tempo nos
estudos, explorar suas identidades laborais e conseguir melhores
oportunidades profissionais (Dutra-Thomé).

Esse é um fator muito importante para caracterizar essa nova leva de adultos que temos atualmente. São eles adultos que não se preocupam apenas com o monetário, o trabalho, mas também com sua disposição e gostos para quando forem atuar profissionalmente.

Essa demora para a entrada no mercado de trabalho e o maior especialização fazem com que os AE não tenham muitos planos futuros. Segundo trechos trazidos durante os capítulos do livro, eles dizem não saber o que esperar do amanhã e não têm ideia do que fariam caso não estivessem em suas graduações ou pós-graduações.

Além dessa característica laboral, eles não costumam apresentar muitos planos de relacionamentos, não estando à procura de organizar uma família com um parceiro ou ter filhos, além de estarem mais próximos da desconstrução do socialmente imposto, sendo eles grandes disseminadores das discussões de gênero e sexualidade e, também, das outras formas de família existentes nos dias atuais.

Tratando de outros assuntos, como uso de drogas, migração e cuidados psicológicos, os autores vão costurando essa nova fase e trazendo informações para a compreensão inicial de um assunto que está começando a ser abordado no Brasil. São informações pertinentes e de grande importância para conseguirmos acompanhar as mudanças que estão surgindo na nova sociedade que está se impondo em relação à anterior.

Sabrina Valverde

Psicóloga pela Unisul. Especialista em Gestão de Pessoas pela UFSC e especialista em Avaliação Psicológica pelo IPOG. Membro da Comissão Especial de Trânsito e Mobilidade Humana do CRP-12.

Consultora em Avaliação Psicológica e Gestão de Pessoas. Fundadora e responsável técnica pela empresa Avaliar Psicologia.

Camila Merizi

Graduada em Design Gráfico pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), estudante de Psicologia no Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina (Cesusc) e estagiária da Avaliar Psicologia.

 

Avaliar Psicologia

 

Livro Adultez Emergente no Brasil: novas perspectivas da psicologia do desenvolvimento

Adultez Emergente no Brasil: novas perspectivas da psicologia do desenvolvimento

Esta obra oferece uma ampla cobertura sobre a adultez emergente no Brasil, abordando questões como autonomia, trabalho, metas de vida, diferenças de gênero, sexualidade e uso de substâncias. Relaciona o tema adultez a grupos específicos, como imigrantes, mulheres grávidas e moradores de zonas rurais.

Apresenta, ainda, pesquisas atualizadas referentes a esta população no Brasil, sinalizando como diferenças sociais e culturais podem impactar a vivência desta fase.

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