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Felicidade, Espiritualidade e prosperidade nas organizações

por Marlene Alves da Silva

Pessoas trabalhando em um escritório. Visão ampla e horizontal.

Inspirados na Psicologia Positiva, os autores apresentam o tema da felicidade (como estado psicológico recorrente e revestido de emoções e sentimentos positivos), espiritualidade (como uma força do caráter) e prosperidade (equilíbrio entre o dar e receber) no trabalho.

A psicologia positiva visa resgatar e enaltecer os aspectos positivos da condição existencial dos seres humanos. Ela pode ajudar o florescimento humano no ambiente laboral, oferecer subsídios para nos tornar mais saudáveis e compassivos, além de orientar-nos para agir no mundo com um senso de propósito, de espiritualidade e de prosperidade na comunidade.

O livro é escrito por Narbal Silva, Andresa Darosci Silva Ribeiro, Cristiane Budde e Lílian Paula Dano, ideia nascida no I Congresso Sul-Brasileiro de Psicologia Positiva nas Organizações e no Trabalho em outubro de 2019. A obra se divide em três partes distribuídas em 11 capítulos com temas inter-relacionados.

A primeira parte, O desafio de estar feliz em tempos difíceis, foi desenvolvida em três capítulos. O primeiro tema, Esse é o nosso mundo: otimismo, pessimismo e pseudorrealismo, cita que as adversidades e as realizações sempre pautaram a vida humana, da importância de aprender a crescer, sobreviver e ajudar, exercitando a empatia, a compaixão e a solidariedade, assim como fortalecer, expressar criatividade e enfrentar positivamente as ameaças com as quais nos deparamos.

Os autores fazem uma reflexão a respeito dos conceitos otimismo e pessimismo e suas diferenciações, baseados nas expectativas dos seres humanos; apresentam as principais teorias do otimismo e as pesquisas e vivências, principalmente, em organizações e trabalho; e encerram o capítulo com um exercício de otimismo.

A respeito de qual felicidade estamos escrevendo? é o tema do segundo capítulo. Os autores apresentam os diferentes conceitos de felicidade e mostram as bases importantes e complementares por meio do hedonismo e o eudaimonismo; mostram o modelo PERMAH e a importância para a construção do estado psicológico da felicidade; avançam para a felicidade nas organizações por meio da equação da felicidade ou das emoções positivas – benefícios experimentados no presente – mais o propósito revestido de sentido ou benefícios projetados para o futuro que resulta na felicidade no trabalho e em outros espaços de vida; e abordam sobre as organizações saudáveis e resilientes ou do Modelo HERO (recursos e práticas saudáveis, esforço para alcançar o bem-estar das pessoas e, por fim, resultados organizacionais positivos e saudáveis).

Para fechar a primeira parte, Trabalho, diversão e vida pessoal é a temática. Estudos e práticas organizacionais têm demonstrado a possibilidade de experimentar momentos de diversão e de estados psicológicos de flow (um estado ótimo) no trabalho o que contribui para aumentar a felicidade.

Políticas e práticas tem contribuído para a construção de organizações saudáveis e humanizadas, quando consideram as competências técnicas e humanas (conhecimentos, atitudes e habilidades). Prossegue para o trabalho home office e aponta os benefícios de vivenciar equilíbrio entre o trabalho e outras instâncias da vida, lazer e diversão no trabalho.

Pessoas trabalhando em um escritório. Visão ampla e horizontal.

A segunda parte, intitulada As dimensões fundamentais da felicidade e as diferentes perspectivas geracionais, aborda as dimensões material de existência: a psicossocial (pilares pessoal e relacional) e a transcendental (espiritualidade). Dimensão material de existência: em foco a objetividade tema do quarto capítulo.

Os principais componentes materiais da felicidade no trabalho são: remuneração e benefícios (justos e adequados para as necessidades), carga de trabalho equilibrada, layout que gere fluxo nas relações, equipamentos adequados às necessidades dos trabalhadores (espaço físico), incentivos para treinamentos e planos de carreira atrativo, os quais requerem alinhamento com a cultura organizacional positiva, de forma que sejam percebidos como autênticos, íntegros e positivos pelos gestores e outros trabalhadores.

O quinto capítulo, Dimensão psicossocial – pilar pessoal: fatores biológicos, forças de caráter, capital psicológico, autoconhecimento e autoestima, aponta para as contribuições e estudos desenvolvidos por Christopher Peterson e Martin Seligman.

Além disso, os autores apresentam as intervenções positivas propostas por Ryan Niemiec, as experiências práticas em diagnósticos organizacionais e as 24 forças de caráter, exercícios de análise de SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) no nível pessoal e lista de melhores qualidades, habilidades e pontos fortes que podem ser aplicados à gestão de pessoas.

Dimensão psicossocial – pilar relacional: a construção de conexões positivas no ambiente laboral é o tema do sexto capítulo. Os relacionamentos interpessoais são essenciais para a construção de ambientes de trabalho saudáveis e felizes e é considerado um dos principais preditores da felicidade.

Os componentes principais desse pilar são:  cooperação, comunicação, participação, transparência, confiança, reconhecimento interpessoal, empatia e gratidão. A participação ativa dos colaboradores no trabalho é importante para o crescimento pessoal, profissional e organizacional, além de constituir potencial de ajuda para o equilíbrio entre o trabalho e outros espaços de vida.

O sétimo capítulo é dedicado à Dimensão transcendental: a espiritualidade no “cerne”, transcendência vista como as forças emocionais intrínsecas do ser humano, que permitem estabelecer conexão com algo maior e mais duradouro com outras pessoas, com o futuro e com o universo.

Os principais componentes são: espiritualidade, sentido no trabalho e em outros espaços da vida, responsabilidade socioambiental e alinhamento entre valores pessoais e organizacionais. A espiritualidade pode ser compreendida como o desejo humano de encontrar sentido e razão para viver, portanto, é um fenômeno que transcende o tangível.

No capítulo Construindo a felicidade no trabalho: por que entender as diferentes gerações importa?, os autores apresentam os aspectos históricos e os impactos na dinâmica das relações no ambiente de trabalho; apontam os atributos geracionais e dimensões da felicidade no trabalho das gerações Baby Boomers, Geração X e Geração Y; propõem algumas estratégias e práticas estimuladoras para promover as dimensões da felicidade no trabalho, também, uma atividade para refletir como os temas debatidos na sua infância influenciaram a sua visão de mundo hoje e recomendações de filmes visando à construção de estados psicológicos de felicidade.

O nono capítulo, Sucesso, prosperidade e espiritualidade no trabalho e na vida pessoal: similaridades e distinções, enfoca alguns conceitos e distinções como sucesso (hedonismo – prazer imediato) e prosperidade (eudaimonismo – tornar-se o que se deseja ser). Assim como, a espiritualidade e sua interface com muitas ciências, entre elas, a Filosofia, a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia, não constituindo, portanto, exclusivamente uma questão de fé. O modelo holístico de Espiritualidade de Rovers e Kocum e finaliza com os elementos prosperidade, sucesso, espiritualidade e felicidade que se relacionam e exercem influências entre si.

Gestão e liderança da felicidade, da espiritualidade e da prosperidade no trabalho e em outros espaços de novas vidas é o tema do penúltimo capítulo. Liderar significa orientar ou apontar o caminho; já liderança é o comando, condução e influência, de alguém que está ou vem ocupando o primeiro lugar, é a tendência de chefiar. Na liderança situacional, os comportamentos típicos são: determinar, compartilhar, delegar e persuadir. A compreensão de líder autêntico e positivo é de uma pessoa que alcançou níveis altos de autenticidade e integridade (autoconsciência, transparência, processamento equilibrado das informações e moral internalizada).

O livro é finalizado com Organizações felizes, espiritualizadas e prósperas em prol de um mundo melhor no 11º capítulo. Organizações saudáveis, com gestores e outros trabalhadores felizes, são possíveis de construir. A felicidade no trabalho envolve diversos elementos, como aspectos individuais, grupais e organizacionais. É importante buscar equilíbrio entre qualidade de vida, bem-estar e felicidade, assim como, respeito, credibilidade, produtividade com qualidade e rentabilidade.

O livro apresenta a confluência em espiral entre felicidade, espiritualidade e prosperidade com escrita clara e de fácil entendimento sobre os fatores protetivos das condições físicas e psíquicas das pessoas em qualquer espaço que ocupem. É uma obra atual e prática, destinada a todos os interessados no tema.

Autora

Marlene Alves da Silva. Psicóloga. Mestre e Doutora em Psicologia com ênfase em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco (USF). Pós-Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisadora e Diretora da Clínica Fênix e da Orient Consultoria em Vitória da Conquista – BA.

Silva, M. A. (2022) Resenha do Livro: Felicidade, Espiritualidade e prosperidade nas organizações: das ideias às práticas fundamentais. Silva, Ribeiro, Budde & Damo. São Paulo: Vetor Editora. 1ª. Edição, 2022.

Orient Consultoria de Psicologia LTDA

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Capa do livro Felicidade, espiritualidade e prosperidade nas organizaçõesFelicidade, espiritualidade e prosperidade nas organizações

Enquanto a felicidade é um estado psicológico socialmente construído, revestido de pensamentos, emoções e de sentimentos preponderantemente positivos, oriundos de experiências ótimas na vida, de prazer, desfrute, apontando consciência de propósito, a espiritualidade remete à consciência de nossas potencialidades, de que fazemos parte de algo que se sobrepõe as nossas individualidades e é muito maior, o que se torna decisivo para adquirirmos consciência e clareza a respeito de nosso papel no mundo e do que ainda temos por fazer em prol de um mundo melhor para as gerações atuais e futuras.

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