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O bom humor nas organizações e a saúde mental de seus colaboradores

por  Andre Arantes

Grupo de quatro pessoas sorridentes em um escritório olhando para algo na tela de um notebook.

Todo mundo já está cansado de saber que o “bom humor” melhora a saúde das pessoas em diversos aspectos físicos e emocionais.

Entre os tantos pontos de destaque poderíamos ressaltar: o aumento da endorfina e serotonina (hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e de felicidade), a redução de adrenalina e noradrenalina (que são os hormônios do estresse), a redução do colesterol no sangue (que ajuda a manter a pressão arterial) etc.

São tantos benefícios já descobertos e outros que, de tempos em tempos, vivem sendo apontados por aí com os novos estudos que surgem a todo momento.

O ponto central é que rir faz bem e melhora a condição de vida de qualquer pessoa.

E não podemos falar de humor sem falar das relações humanas.

O humor é uma forma de socialização até mais antiga do que a própria escrita e a fala dialética.

Sim, nós sorrimos muito antes de falarmos. Isso porque não requer codificação e padronização entre as pessoas sobre o que é bom humor ou o que é mal humor.

É o próprio “estado de espírito” do ser humano, afinal de contas, “todo mundo” sabe quando alguém está bem-humorado, como também o “mundo todo” sente quando alguém está mal-humorado.

É quase como um “campo energético” ao redor de seus emissores que emitem vibrações e ondas magnéticas que fluem até o receptor. É quase não. É um campo energético supertransmissivo de pessoa para pessoa. Transmite mais do que a nova variante da Covid-19, a Ômicron!

Um bom exemplo disso é quando você vê alguém no metrô rindo de alguma coisa que você não sabe o que é.

Imagine que essa pessoa está olhando para o celular e rindo alto, e conforme o tempo passa, suas risadas ficam mais fortes e intensas.

Se você congelar essa cena e observar ao redor, é possível que veja pessoas, em um primeiro instante, incomodadas com o barulho. Logo depois, curiosas com a constância, e um pouco mais adiante, rindo também sem sequer se darem conta do motivo daquela gargalhada toda.

O bom humor contagia e o mau humor contamina.

O legal é que isso acontece em qualquer lugar, independentemente de variações sociais, religiosas, culturais ou até mesmo de choque de gerações, ou faixa etária.

O velho ri do jovem e o jovem ri de tudo.

Mas, aqui há uma ressalva. Isso acontece até o momento exato em que o motivo tenha sido revelado. Depois disso, vira opção. Ou alimenta ainda mais a causa real do riso ou é eliminado para a vala comum das coisas banais que nosso crivo acha desnecessário ou sem graça.

O humor incomoda. Quer seja para o bem que ele faz ou para o mal que ele causa.

“Quisera eu estar naquele estado agraciado de humor daquela pessoa!” ou “Deus me livre estar no lugar daquele mal-amado.”

É sempre assim!

A grama do vizinho é sempre mais verde, mas não me peça para mantê-la aparada e irrigada.

Nas organizações não é diferente, nem poderia ser, afinal, todas as organizações são constituídas de pessoas. E mais precisamente falando, são feitas de pessoas que são como um “caleidoscópio” emocional.

Você nunca sabe como vai estar a composição emocional daquela pessoa até ter que se deparar com uma intervenção ou alguma experiência com ela.

A embalagem não mostra, na sua totalidade, a essência do fluido contido no conteúdo emocional, denominado humor.

Inclusive, o humor surgiu na ciência como definição dos fluidos corporais. E por serem fluidos, há um deslocamento interior gerando alterações constantes de temperamento e, consequentemente, de comportamento.

Mas, como deixar a ciência de lado para olhar um pouco mais taticamente para os comportamentos sociais nas organizações?

Há de se ter uma régua por zona e não por indivíduo. Devemos ter limites comportamentais mais amplos e respeito à individualidade de cada um. Tudo dentro de um consenso e de uma ética moral. É normal ser anormal, mas não é aceitável ser anormal sempre. Isso prejudica o andamento da corporação.

Agir com bom humor requer coragem. Isso porque você nunca sabe como vai estar o ambiente emocional ao seu redor. Em determinadas situações, você pode parecer desrespeitoso ou, ainda, bobo demais. Mas todos sabem que, no fundo, isso faz muito bem para a busca do equilíbrio emocional.

O bem-humorado é aquele que mantém um olhar positivo sobre as coisas. Não é porque ele é bem-humorado que ele não vê seriedade nos objetivos a serem cumpridos. Muito pelo contrário. Ele vê alternativas mais criativas em caminhos pouco explorados.

É verdade que tudo tem que ter bom senso. Há horas para isso e horas para “aquilo”.

A empresa que promove encontros mais criativos com seus colaboradores tende a estimular um ambiente mais bem-humorado e, consequentemente, mais produtivo. Todo mundo quer voltar para um ambiente que estimule o bem-estar entre as pessoas. Trabalhar em organizações assim passa a fazer parte de um sonho de consumo de todo colaborador. É bom. É alegre, leve e inclusivo.

Eu já trabalhei em diversas empresas nacionais e multinacionais. Sempre atuei na área comercial (mais propensa a essa interação com bom humor, pois vivemos de relacionamento, quer com clientes, com parceiros, quer com fornecedores).

Isso sempre me favoreceu a ser quem sou. Considero-me criativo, bem-humorado e alegre. É verdade que, na área comercial, sempre tive que lidar com números, metas, forecast etc. Havia, claro, uma necessidade de reportes, controles, estratégias, plano de negócios e muito mais. Mas por trás de tudo isso, havia pessoas. Desde as que fossem me cobrar até as que estariam na minha jornada para me ajudar, ou até me consumir como recurso.

O bom humor ajudava até na hora de justificar uma meta não alcançada: “Se os números não batem, porque eu apanho?”, risos.

Isso aconteceu de fato. Foi em uma reunião com a diretoria de uma montadora francesa. Estávamos há dois meses sem cumprirmos nossas metas. O clima estava tenso. Falava-se em cortes, redução, mudança de área etc. Mas todos sabiam também que havia uma conjuntura econômica desfavorável não só no Brasil, mas no mundo todo. Venda de carro deixou de ser prioridade naquele momento.

Nós, então, além de depender do escoamento de venda de automóveis, éramos responsáveis pelos financiamentos para a aquisição desses veículos. Quem, em sã consciência, iria se amarrar em um financiamento de longo prazo, com taxas altíssimas, juros exorbitantes e ainda uma insegurança política crescente no país?

Até mesmo o mais bem-humorado sucumbia diante do cenário. Mas é aqui que entra minha principal dica: se você está em uma situação em que o “lócus do controle” está em suas mãos e ela é desfavorável, mude. (Aqui cabe o bom humor para aceitar o que precisa ser feito e fazê-lo de fato.)

Agora, se você está em uma situação em que o “lócus do controle” não está em suas mãos e ela é desfavorável, faça tudo o que puder com o que tem. Aceite o que vem e continue a sorrir, pois tudo isso uma hora passa. Já se passaram mais de 20 anos desta situação. E outras tantas vieram e outras tantas se foram. Não preciso nem citar esta mais recente que o mundo todo passou: a pandemia.

Mas chega deste tema.

Afinal, o bom humor também depende de um esforço contínuo. Se você ficar só vendo notícias ruins, tragédias e ambientes de fofoca, sua energia será dragada para uma atmosfera de tristeza, prejudicial para qualquer tipo de convivência social. Portanto, cerque-se de coisas boas e saudáveis para ativar cada vez mais o seu bom humor.

Toda mudança é respaldada na tríade intencional, segundo os princípios da PNL (Programação NeuroLinguística). São elas:

  1. Mude sua postura. Segundo a Psicologia PHD de Harvard Amy Cuddy, basta você adotar uma postura “vencedora”, do tipo “super-homem”, por dois minutos, colocando-se altivamente para qualquer situação, que seu cérebro entenderá que esta é a hora do “ânimo”, da “vitória” ou do enfrentamento corajoso, que isto já o fará mudar de humor para algo mais satisfatório e, consequentemente, para o grupo que está inserido neste momento.
  2. Mude suas “falas”. Não adianta dizer que quer algo, se o que anda falando por aí é exatamente o contrário de sua pretensão. Ex.: você deseja emagrecer, mas ao ver uma mulher magrinha, bonita, exibindo-se, você comenta para si mesma ou para alguém: “Olha lá aquela periguete!”. O que você está fazendo na verdade? Enviando para seu cérebro que ser magra fará de você uma “periguete”. Portanto, fale o que faz e faça o que fala. Este alinhamento lhe trará um excelente humor.
  3. Mude seu foco. Este é um ponto crucial para qualquer mudança. “Sua energia vai para onde está o seu foco”, já dizia Tony Robbins (o melhor coaching do mundo). Assim, se queremos ficar bem-humorados, precisamos focar em coisas que nos deixem bem-humorados. Parece óbvio, mas, na prática, não é. Basta você ligar a TV por 15 minutos para ver a tônica que o mundo lhe apresenta todos os dias. Insumos para acabar com seu humor. Portanto, escolha o “So” que você quer: Sorrir ou Sofrer?

E por último e não menos importante: seja gentil e grato por tudo na sua vida!

Você será amado pelos outros e por você mesmo. E isso é um grande diferencial para manter seu bom-humor.

Andre Arantes

Palestrante, Mentor, Stand Up Corporativo

Especialista em Desenvolvimento Humano

Criatividade e Inteligência Emocional

@andrearantesbr

www.fomosesomos.com.br

(11) 9767-44958

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