Nas concepções de Perches (2009), a prática do plantão psicológico fundamenta-se nos pressupostos teóricos da abordagem centrada na pessoa. Sua aplicabilidade não se restringe a emergências psiquiátricas, triagem ou diagnóstico, mas visa principalmente a prevenção.
Nesse contexto, o psicólogo oferece intervenções preventivas de acordo com o contexto situacional apresentado pelo cliente, que pode envolver desde questões pontuais e informais, como dúvidas, até sentimentos mais complexos, como angústia, desespero e ansiedade. O objetivo do plantonista não é eliminar esses sentimentos, mas auxiliar o cliente a compreender o sentido deles naquele momento.
É relevante destacar que o encontro entre plantonista e cliente pode ser uma experiência única, com começo, meio e fim. No entanto, essa limitação não impede o processo de reorganização do cliente, como evidenciam pesquisas que apontam o impacto positivo do plantão psicológico sobre as experiências dos indivíduos.
Esse atendimento proporciona uma “sensação de maior perspectiva e liberdade de escolha sobre suas vidas”, indicando que opera a partir dos recursos internos já existentes na pessoa, como seu potencial de autonomia e autodireção (Palmieri, 2005; 2007 apud Perches, 2009, p. 47).
Em síntese, o plantão psicológico no contexto do vestibular, pautado nos princípios da Abordagem Centrada na Pessoa, representa uma estratégia preventiva que transcende a mera resolução de crises emergenciais.
Ao oferecer suporte desde questões pontuais até sentimentos mais complexos, busca-se não apenas eliminar tais emoções, mas, sobretudo, auxiliar o cliente na compreensão do significado desses sentimentos no momento presente.
A singularidade de cada encontro entre plantonista e cliente, com seu início, meio e fim, não limita a capacidade de promover a reorganização do indivíduo, conforme evidenciado em pesquisas que destacam o impacto positivo do plantão psicológico.
Dessa forma, esse serviço se destaca como uma oportunidade valiosa para promover a autonomia, a autodireção e a perspectiva positiva na vida dos atendidos.
Letícia Aparecida Contini
Possui Ensino Médio Completo, atualmente é acadêmica do 8º período de Psicologia na Instituição Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz.
Jennifer Lima Ho
Possui Ensino Médio Completo, atualmente é acadêmica do 8º período de Psicologia na Instituição Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz.
Gabriella Donin Teixeira Luiz
Possui Ensino Médio Completo, atualmente é acadêmica do 8º período de Psicologia na Instituição Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz.
Jessica Gaspar Costa
Possui graduação em Psicologia pela Universidade Norte do Paraná (2019), Especialista em Neuropsicologia pelo Instituto Prominas Serviços Educacionais, Especializanda em Avaliação Psicológica pelo Instituto Genus, Pós-graduanda em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira. Atuando principalmente nos seguintes temas: Avaliação Psicológica, Testes Psicométricos, Neuropsicologia, Psicologia Clínica Racializada com ênfase na abordagem Humanista-Existencial-Fenomenológica, Supervisão Profissional e Treinamentos. Estagiou durante 4 anos na empresa PSI TESTES PSICOLÓGICOS E PEDAGÓGICOS. Atualmente é psicóloga responsável técnica – PSI TESTES PSICOLÓGICOS E PEDAGÓGICOS, psicóloga clínica na Psi Clínica e Docente no curso de Psicologia do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz.
Referências
Gobbi, S. L., Missel, S. T., Justo, H., Holanda, A. (2005). Vocabulário e noções básicas da abordagem centrada na pessoa (2° ed). São Paulo.
Perches, T. H. P. (2009). Plantão psicológico: o processo de mudança psicológica sob a perspectiva da psicologia humanista. Tese (Doutorado em Psicologia como Profissão e Ciência) – Curso de Psicologia, PUC-Campinas, Campinas.
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