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Por que avaliar a personalidade nos processos seletivos?

por André Martin Marquez Ventura. Psicólogo, Logoterapeuta, Orientador Profissional e de Carreira e Especialista em Psicologia Fenomenológica e Existencial.

Homem usando óculos e jaqueta jeans, com os ombros encolhidos, braços abaixados e mãos para cima, com expressão de dúvida.

Antes de falarmos dos motivos para avaliar a personalidade de uma pessoa é importante entender esse conceito, como ele se forma e se é passível de mudança ao longo do tempo, entretanto, não se preocupem, serei breve e objetivo aqui.

Vamos começar simples! Personalidade é o que há de mais próprio em nós, o que nos diferencia dos demais, e isso é uma síntese entre o que é inato, compreendido como temperamento, e o que é aprendido e vivenciado ao longo de nosso horizonte histórico.

Ou seja, existem as características genéticas, estáveis, que não variam muito ao longo do tempo, e as características aprendidas, com experiências de vida, pelo modo como fomos criados, pela cultura local, entre outros fatores que exercem influência em nosso modo de ser.

Então, compreendendo o Temperamento como o componente psíquico inato, geneticamente herdado, temos a Personalidade se desenvolvendo como um conjunto de condutas, emoções e cognições que comporão um padrão comportamental da pessoa, ou seja, a Personalidade é o resultado do efeito do ambiente sobre a base inata do temperamento.

Como o efeito do ambiente é permanente em nossas vidas, ou seja, estamos vivenciando novas experiências e aprendendo novas coisas a cada segundo, podemos afirmar que sim, a personalidade muda o tempo todo ao longo do tempo, e isso pode se dar de forma rápida ou não, a depender da própria pessoa e de inúmeros outros fatores, internos e externos.

Se estamos em constante construção, e nossa personalidade muda o tempo todo, é importante reforçar aqui que o resultado de um teste de personalidade não é engessado, não reflete quem a pessoa é, mas as tendências dela naquele momento de vida, naquela fase em ela se encontra.

Se quisermos avaliar o que há de mais estável na pessoa, devemos utilizar instrumentos que avaliem as disposições de ordem genética, que, apesar de sofrerem adaptação social, tendem a permanecer ao longo da vida, por exemplo a introversão ou a extroversão. Nesse caso, sugerimos o teste QUATI.

Para uma avaliação mais ampla da Personalidade, em que se leva em consideração não apenas as disposições genéticas (temperamento), mas também os efeitos do ambiente, a linguagem ou as necessidades pulsionais, devemos utilizar instrumentos fundamentados nessas teorias, como o HUMANGUIDE ou o NEO PI-R.

É importante também ressaltar que Personalidade não é Caráter, sendo este um conjunto de aprendizagens relacionado às regras de conduta moral que norteiam a sociedade. Tem a ver com o desenvolvimento moral e ético do indivíduo e pode variar conforme a cultura em que está inserido.

Bom, com esses conceitos definidos, fica claro que você não deve avaliar a personalidade de alguém esperando encontrar informações acerca de seus valores éticos e morais, e sim para avaliar se as características da personalidade do indivíduo estão ou não aderentes aos estímulos que a vaga demandará.

Exemplificando: uma pessoa extrovertida e imaginativa tende a ser expansiva e comunicativa, assim, pode ser mais bem aproveitada em áreas em que a criatividade e o relacionamento com pessoas é mais intenso.

A esta altura, você já percebeu que um simples teste de personalidade está longe de dizer quem é aquela pessoa e como ela funciona, pois, apesar de capturar o temperamento e algumas características importantes da personalidade, não avalia a cognição, o conjunto de crenças e valores, o caráter, tampouco aspectos éticos, morais e existenciais.

Quando falamos de avaliar a personalidade, devemos fazer de forma consciente e assertiva, de preferência por um Psicólogo com CRP ativo, treinado em Avaliação Psicológica e conhecedor dos instrumentos de avaliação, bem como as teorias que os fundamentam.

Em um processo seletivo, a contratante não deve se ater somente às habilidades e aos conhecimentos do candidato verificados no currículo, e ter a clareza de que fatores motivacionais extrínsecos, como condições do trabalho, salário, benefícios, apesar de terem muita importância, não garantem “a pessoa certa na posição certa”.

A avaliação da personalidade permite conhecer e escolher o perfil mais adequado possível ao cargo pretendido, minimizando a possibilidade de a pessoa se frustrar por estar realizando uma atividade que não condiz, por exemplo, com suas habilidades, com suas tendências inatas ou com seu modo de ser.

Assim, de forma científica e objetiva, compreender os aspectos emocionais, relacionais, motivacionais e de atitudes do candidato, por exemplo, se ele prefere trabalhar sozinho ou em grupo, se tem tendência a superar obstáculos ou a agir mais em conformidade com o meio, se recorre mais à imaginação ou a dados concretos da realidade, se é expansivo ou introspectivo, se tem tendência a trabalhos rotineiros ou dinâmico, faz uma diferença enorme no processo decisório de contratação e pode evitar inúmeros problemas futuros para a empresa.

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1 Comment

  1. Daiane Pechim

    Parabéns ao autor do artigo, André Ventura. A escrita ficou didática, muito clara e objetiva, sem perder a importâcia da validação científica.

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