por Lúcia Sebben
Em 2006, o Ministério do Trabalho revisou a NR33 e passou a entender que todos os profissionais que trabalham em espaço confinado sejam observados quanto a suas condições emocionais e psicológicas para lidar com os riscos de sua prática profissional por meio da avaliação psicossocial.
Por espaço confinado, compreenda-se “ qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio” (guia da NR 33).
Tal avaliação deve ser realizada nos processos de seleção, periodicamente (a cada 12 meses), e tem por objetivo investigar as forças do indivíduo e suas reais condições psicológicas para trabalhar em segurança em locais confinados, protegendo a si mesmo e aos colegas. Atualmente, a avaliação psicossocial é realizada nas NRs 20 e 37, embora algumas empresas aplique em outras situações mesmo sem a obrigatoriedade.
No entanto, ainda se percebe que, muitas vezes a empresa não sabe o que está comprando quando contrata esta atividade. Não se trata de um trabalho burocrático apenas para cumprir normativas, mas, sim, uma prática que mobiliza a cultura na medida em que questiona o modelo vigente de gestão de pessoas e de saúde e segurança no trabalho. Impulsiona para a necessidade de novas políticas que promovam a saúde mental para que haja segurança no trabalho. Isso tudo leva a uma revisita aos valores praticados e a estratégias que definem como as decisões são tomadas.
Daí decorre a importância de uma avaliação psicossocial, que chegue timidamente como mais uma “avaliação psicológica”, porém capaz de mobilizar melhorias na cultura organizacional na medida em que a humaniza, melhorias para os gestores que “curam” suas equipes promovendo um modelo de gestão orientado para a saúde mental, melhoria para o colaborador que resgata a qualidade de vida no trabalho, e finalmente para a sociedade que passa a acreditar na empresa que oferece um espaço para trabalhar com melhores condições de saúde e segurança.
Por isso, a avaliação psicossocial parece ter vindo com o papel de não apenas atender as normativas do Ministério do Trabalho e de assegurar condições de ter pessoas saudáveis em funções de risco, mas de ampliar a visão sobre a gestão de pessoas e ressignificar o papel dos líderes e das organizações no que se refere ao seu compromisso com o bem-estar de todos.
E para o profissional psicólogo traz a oportunidade de dar início a uma nova área de carreira que chamo de “psicologia da segurança no trabalho”. Uma área que vem crescendo significativamente em demandas, que requer capacitação de todos para a construção de novos saberes, mas que, acima de tudo, que se propõe a conferir um sentido ainda maior para a prática profissional: preservar vidas!
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