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Mindfulness, bem-estar, felicidade

por Anna Maria Buccino

Administradora de empresas, consultora, especialista em psicologia positiva, especialista em marketing de serviços, gerente das áreas comercial e de serviços na Vetor Editora Psicopedagógica

Silhueta de mulher em posição de meditação sobre a montanha, ao fundo, imagem do por do Sol. No último dia 20 de março, celebrou-se o Dia Mundial da Felicidade, criado pela ONU em 2012, com o objetivo de promover a felicidade e a alegria entre os povos do mundo, de modo que nos leve a evitar comportamentos que ponham em risco a paz e o bem-estar das sociedades.

Refletindo sobre essa data e sobre meu papel como líder de equipe, surgiu a inspiração para escrever a respeito da minha percepção sobre a prática do mindfulness e a felicidade no papel da liderança.

Embora não tenha uma formação específica em mindfulness, tive bastante contato com o tema durante meus estudos na psicologia positiva, quando pude me aprofundar um pouco mais no assunto e trazer um pouco dessa prática para minha vida. Portanto, o que escrevo hoje aqui está muito relacionado ao que já venho praticando e às minhas experiências com a técnica.

Um dos pontos que mais fizeram sentido em minha experiência com essa prática foi a conexão com o que me traz sensação de bem-estar no momento presente. Aprendi a estar mais consciente daquilo com que a vida me presenteia, mesmo em meio a desafios constantes.

Por exemplo, ao atravessar um momento triste, mesmo com toda a dor e a melancolia que isso pode trazer, conseguir conectar-me com o minuto presente de estar caminhando na praia, sentindo a água do mar sob meus pés, percebendo todas as sensações positivas que isso me traz, faz que, naquele preciso momento, eu consiga me desconectar da dor e me conectar com a sensação positiva que o mar me traz.

Isso não significa uma fuga da realidade, mas, sim, que, naquele momento especificamente, essa dor não faz parte da minha realidade.

Conforme Cosenza (Ramon. M. Cosenza · 2021 Artmed Editora), essa é a consciência do momento, do que estamos vivenciando no aqui e agora. É o primeiro passo para a regulação emocional positiva, que nos ajuda a evitar o “viés da negatividade” ao qual estamos sujeitos, que eleva nossa sensação de bem-estar, que nos leva ao encontro da felicidade.

Para manter essa sensação agradável por alguns momentos,  uma maneira que encontrei  foi fazer registros de situações que me trazem emoções positivas, seja com uma foto, com uma música ou comentando com alguém sobre o que estou sentido, e isso me ajuda a criar âncoras de sensações positivas que também podem me ajudar a reviver o momento e trazer uma sensação de bem-estar. Isso não significa estar o tempo todo atrás desses momentos, mas, sim, buscar ao máximo conectar-se com eles no presente, para ajudar na superação dos desafios do dia a dia.

A prática de mindfulness, ou atenção plena, permite que eu esteja mais atenta ao momento presente, com abertura e curiosidade, vivenciando essa presença com mais plenitude.

Outro benefício que identifiquei com a prática foi a melhoria da minha autopercepção, da minha auto-observação e do meu estado de humor. Essa consciência do momento presente permite que eu perceba quando estou entrando em alteração de humor, sem um motivo aparente, o que me leva à reflexão sobre o real motivo dessa mudança.

Isso é muito importante para uma liderança mais positiva, que ajude a equipe a recarregar energias, e não a subtraí-las, o que certamente contribui para um clima mais harmonioso, com menos estresse, com colaboradores sentindo-se mais acolhidos para emitir suas opiniões. Desse modo, elevam-se a sensação de bem-estar entre todos e a sensação de felicidade da equipe.

Estar atenta ao momento presente me ajuda a identificar comportamentos positivos dos colaboradores, o que me permite ser mais assertiva nos feedbacks de melhoria e, também, no reconhecimento mais imediato de ações construtivas. Também é uma ferramenta importante para que eu possa elevar meu nível de empatia, sair do automático e viver a vida real.

Colabora para que eu esteja mais conectada com o assunto do momento, permitindo que eu seja mais criativa e encontre soluções para problemas que possam surgir. Me ajuda a ser uma melhor ouvinte, a perceber mais a realidade das pessoas, a fugir de pré-julgamentos.

Como todo novo hábito, não se constrói da noite para o dia, exigindo foco, disciplina e prática, e eu venho buscando esse desenvolvimento constantemente, de modo que isso se incorpore definitivamente no meu dia a dia.

Algo importante a ser dito também é que não deve ser algo que se imponha a ninguém. Deve ser algo com que a pessoa deseje se envolver espontaneamente, pois pode se tornar algo maçante e que não trará nenhum benefício.

Muitas empresas estão levando essa ideia a seus colaboradores, por meio de workshops e práticas guiadas, buscando trabalhar como uma maneira de elevar a sensação de bem-estar, a produtividade e a felicidade na organização.

No meu caso, tenho observado bons resultados e, por isso, achei importante compartilhar e dizer que é algo que vale conhecer. Caso faça sentido, você pode incluir no seu dia a dia também.

 

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Na Psicologia Positiva o foco está no desenvolvimento de políticas, programas e práticas, que possam contribuir para a melhoria do bem-estar e da felicidade dos seres humanos no trabalho e em outros espaços de vida.

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1 Comment

  1. Laudio

    Adorei a abordagem do seu artigo com o olhar prático de quem já incorporou os benefícios de uma vida mais atenta. Parabéns Anna

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