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Psicodiagnóstico Interventivo em grupo com crianças

Close-up das mãos abertas, lado-a-lado, de quatro crianças, formando um circulo. Psicodiagnóstico Interventivo em grupo com crianças em um serviço-escola

Donatelli (2014) apresenta o psicodiagnóstico interventivo com suas significativas alterações quanto à postura do psicólogo e do cliente, acrescentando que o que antes se caracterizava investigação pode ter também caráter interventivo. Por meio de um processo ativo e cooperativo, objetiva diagnosticar, compreender e intervir na problemática do indivíduo, utilizando-se de meios avaliativos e terapêuticos.

Evangelista (2016) conceitua o psicodiagnóstico interventivo fundamentado na abordagem fenomenológico-existencial como possibilidade de ação clínica do psicólogo, enquanto modelo de intervenção prática desenvolvida nas clínicas-escola. Este modelo questiona o lugar hierárquico de saber e poder do psicólogo presente no método tradicional de psicodiagnóstico, convocando os clientes a assumirem o protagonismo na elaboração do conhecimento acerca de si mesmos.

Nessa perspectiva, Santos (1987) aborda reflexões acerca do psicodiagnóstico de crianças em grupo por meio de dados levantados com base em sua própria experiência enquanto facilitador de grupo em uma instituição de atendimento público a crianças com dificuldade de aprendizagem. O autor afirma que a transposição de técnicas tradicionais em consultórios particulares para o âmbito das instituições é ineficiente, tendo como principais adversidades “o alto índice de não comparecimento, desistências, relação insatisfatória entre clientes, profissionais e instituição” (Santos, 1987, p. 3).

Partindo da experiência dos autores citados e de Castanho (2012), que referencia o trabalho em grupo como uma via para promoção de bem-estar psíquico, combinado ao contínuo aumento da demanda para atendimento infantil, com queixa escolar, no Serviço-escola de Psicologia da Universidade Potiguar – UnP, optou-se enquanto atividade prática de estágio profissionalizante a realização do Psicodiagnóstico Interventivo em Grupo com crianças que estavam em lista de espera no Serviço Escola, conduzido por três estagiários.

 

OS CRITÉRIOS

Os critérios para formação do grupo delimitaram-se em cinco crianças e seus genitores, com idade entre oito e dez anos, que apresentavam queixa escolar enquanto demanda prioritária. Foi utilizada a sala de grupo do Serviço escola para uma maior amplitude das atividades, em um total de oito sessões. Os recursos utilizados foram observação, entrevistas, recursos lúdicos, visita situacional e testes psicológicos.

Constatou-se a presença de aspectos macrossociais, como condições econômicas, bairro e cultura, por exemplo, e microssociais, como alimentação, laços familiares, aspectos da personalidade, dentre outros, relacionados à queixa escolar. Dos cinco casos trabalhados no grupo, apenas dois iniciaram o atendimento no Serviço Escola de Psicologia, o que demonstra que o psicodiagnóstico interventivo em grupo com crianças configura uma prática que favorece maior viabilidade dos atendimentos, agilizando a redução da lista de espera em serviços-escola, além de proporcionar intervenção, esclarecimentos e encaminhamentos eficazes, tanto para as crianças como para a família.

Referências

Castanho, Pablo (2012). Uma Introdução aos Grupos Operativos: Teoria e Técnica. Vínculo, 9(1), 47-60. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806- 24902012000100007&lng=pt&tlng=pt.

Donatelli, Marizilda Fleury (2014). Psicodiagnóstico interventivo fenomenológico existencial. In Silvia Ancona-Lopes (Org.), Psicodiagnóstico interventivo: evolução de uma prática [livro eletrônico] (1ª ed.). São Paulo, SP: Cortez. Recuperado de https://www.academia.edu/36871423/LIVRO_Psicodiagn%C3%B3stico_Interventivo_Evolu%C3%A7%C3%A3o_de_Uma_Pr%C3%A1tica_S._Ancona_Lopez_ 1

Evangelista, P. E. R. A. (2016). O Psicodiagnóstico Interventivo Fenomenológico-existencial Grupal como Possibilidade de Ação Clínica do Psicólogo. Rev. abordagem gestalt., 22(2) Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672016000200014

Santos, M.A. (1987) O psicodiagnóstico infantil em grupo: uma experiência em instituição. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 39(2), 3-17. Recuperado de http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/abp/article/view/19586/18309

 

Ionara Dantas Estevam – UnP

Doutora em Psicologia – UFPB
Mestre em Psicologia – UFPB
Especialização em Desenvolvimento Infantil e seus Desvios – UFPB
Especialista em Psicologia Clínica pelo CFP
Docente de Psicologia no stricto e lato sensu – UnP

Lauranery de Deus Moreno – UnP

Giulliano Santos de Sá – UnP

Maria Hemillia Santos de Sales – UnP

 

Insight Psicologia

Espero que tenha gostado do artigo e, caso queira ver mais alguns conteúdos relacionados, visite a categoria ARTIGOS.

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