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Neuropsicologia, mente e tecnologia – Homo on-line

por Bovenzo Filho

Imagem evolucionista que mostra um primata com um celular na orelha, seguido por um primata mais ereto, depois um homem primitivo com um celular e, por fim, um homem dos dias atuais com um smartphone.

Resenha de Homo on-line: instruções neuropsicológicas na era das redes sociais

No capítulo 1 – Introdução, o autor discorre sobre a submissão do homem à tecnologia, isto é, o quão, graças à aplicabilidade da psicologia por parte de engenheiros e programadores, o ser humano toma como combustível diário o seu aparato tecnológico, seja ele celular, notebook e afins. Após isso, Joaquim (2021) expõe brevemente a sua trajetória e, então, sintetiza brevemente quais assuntos tratará em seu trabalho, cuja condição basal é a curiosidade infindável pela mente humana e seus limites.

Ao adentrar no segundo capítulo – O cérebro que aprendeu a se antecipar, Joaquim (2021) traz a objetiva conceituação de mente, discorrendo posteriormente sobre a necessidade deste em sempre buscar e atribuir sentido à realidade. O autor evidencia, também, o modo como o cérebro opera em termos de processamento de informação e de adaptação: automático e controlado (controle executivo frontal).

Neste momento, fica claro que, diferente de máquinas e computadores, o cérebro humano escaneia as informações do ambiente, mas dispõe de vieses: custos das situações, articulando-se às emoções. Evidencia-se, neste capítulo, como o cérebro humano busca a antecipação diante de situações que podem ser ambíguas ou, quiçá, aversivas.

No terceiro capítulo – Quem somos nós?, o autor traz uma compreensão sobre a evolução dos seres humanos, de modo que proporcione ao leitor maior sustentação sobre o funcionamento da mente humana, a qual, por sua vez, fora moldada pela seleção natural ao longo da história da humanidade.

Em Evolução e Psicologia, quarto capítulo da obra, Joaquim (2021) resume a sua frase inicial, também enfaticamente dita em suas aulas: a “psicologia é uma expressão sofisticada e específica de complexas dimensões da biologia”, e, com isso, torna-se possível compreender o funcionamento da mente humana ao longo de seu processo evolutivo.

No quinto capítulo da obra – Um sistema biológico informacional, o autor prontamente traz uma definição de funcionamento cerebral como sistema de informação. Neste momento, Joaquim (2021) discorre sobre as habilidades de o ser humano, diante de alguma situação específica, ser capaz de selecionar comportamentos específicos para tal, ou, então, antecipar situações por meio de probabilidades, para, assim, se preservar.

O sexto capítulo – Homeostasia e funcionamento mental estabelece uma continuidade sutil com o anterior, uma vez que trata a questão de preservação por meio do funcionamento homeostático do ser humano, e as artimanhas comportamentais, e, então, neurofisiológicas para tal processo.

Com um título que chama a atenção do leitor, o sétimo capítulo – A mente não adoece o corpo, Joaquim (2021) coloca em pauta uma premissa bastante difundida, inclusive, ao longo da formação em psicologia. Neste momento, o autor estabelece compreensões que viabilizam seu pensamento sobre o fato de a mente adoecer com o corpo, e não ser responsável pelo adoecimento deste último.

Em O cérebro e a plasticidade, Joaquim (2021) discorre sobre a neuroplasticidade, percorrendo por dados históricos e importantes trabalhos sobre o assunto. Posteriormente, o leitor encontrará um tópico que explica os efeitos das mídias e redes sociais nos processos mentais dos indivíduos, tópico este indispensável para uma compreensão atual da constante díade da vida: tecnologia e comportamento humano.

Já no nono capítulo – Emoções e expressão facial da emoção, o autor traz uma perspectiva geral sobre as concepções de emoções e sua expressão no corpo. Posteriormente, enfatizando as expressões faciais e aspectos emocionais, Joaquim (2021) expõe as principais emoções (medo, raiva, tristeza, alegria e nojo) com ilustrações sobre a manifestação destas no rosto humano.

Em Tecnologia e personalidade, Joaquim (2021) mostra a relação entre a atual desenvoltura dos meios tecnológicos (como redes sociais, smartphones) e sua influência em termos de algoritmos e programação que agem de acordo com o perfil de personalidade daquele que usufrui destes meios, caracterizando serventias saudáveis ou não da tecnologia. Para isso, o autor percorre, de forma objetiva, por algumas teorias de personalidade, entre elas, a teoria dos Cinco grandes fatores.

No capítulo 11 – Tecnologia persuasiva, Joaquim (2021) expõe ao leitor algumas maneiras como a tecnologia é utilizada para alterar comportamentos humanos. Para isso, são trazidas algumas técnicas (redução, sugestão, apelo etc.), bem como a compreensão sobre o cerne: MHG – Motivação, Habilidade e Gatilho.

Em Manipulação, fake news e operações psicológicas, o autor discute como, hoje, as pessoas são atingidas, manipuladas e fraudadas pela tecnologia, por exemplo, as bastante discutidas fake news, ou então o uso de dados sem a autorização do usuário.

Por fim, no capítulo final da obra – Proteja-se: orientações de uso saudável de redes sociais, o autor, prezando pela saúde coletiva, expõe algumas dicas de como o usuário pode fazer uso saudável da tecnologia, respaldando a importância de tais itens em uma experiência pessoal.

 

Bovenzo Filho

Psicólogo graduado pela Universidade de Guarulhos (UnG). Pós-Graduando em Psicologia Jurídica pelo Instituto de Pós-graduação e Graduação (IPOG). Colaborador do departamento de Pesquisa da Vetor Editora. Psicólogo clínico.

Técnico pesquisador no Núcleo de Pesquisa em Violência – Psicologia Jurídica (NUPEV-PJ) e Núcleo de Estudos e Pesquisa em Neurociência, Saúde e Educação (NEPSI-UnG).

 

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Livro Homo On-lineAutor: Rui Mateus Joaquim
Categoria: Neuropsicologia / Psicologia Geral
ISBN: 9786589914020
Formato: 16×30 cm
Páginas: 148
Ano: 2021
Edição: 1ª Edição
Editora: Vetor Editor

Da pedra lascada aos algoritmos computacionais, a humanidade tem desenvolvido ferramentas capazes de garantir sua sobrevivência e adaptação. No entanto, o desenvolvimento da tecnologia tem apontado seu alvo para nossos cérebros, cooptando nossa atenção e controlando nosso comportamento por meio de psicologia aplicada no desenvolvimento de plataformas digitais e tecnologias persuasivas.

A compreensão neuropsicológica de como a mente funciona aplicada ao desenvolvimento das redes sociais têm influenciado diretamente no comportamento de milhares de pessoas, impactando suas escolhas e saúde mental. Esta obra busca elucidar como isso é possível por meio das mais recentes descobertas da ciência psicológica.

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