por Elaine Marini
A Síndrome do Pânico é um distúrbio de ansiedade grave, real e potencialmente incapacitante, mas pode ser controlada com tratamentos específicos, como a Psicoterapia e, em alguns casos, com acompanhamento médico, que devem ser levados a sério pelo paciente. Geralmente, a Síndrome do Pânico é confundida com uma doença cardíaca ou outra doença grave.
É um distúrbio de ansiedade generalizada, nitidamente diferente dos outros tipos de ansiedade, pois se caracteriza por crises súbitas acompanhadas do medo intenso e irracional de morte iminente, aparentemente sem fatores que justifiquem tais crises, mas que, com certeza, faz que o portador se sinta incapaz.
Frequentemente, as pessoas procuram um pronto socorro quando têm uma crise de pânico, e podem passar, desnecessariamente, por extensos exames médicos para excluir possibilidades de outras doenças, o que causa um desgaste emocional muito grande, além da frustração quando se percebe que os resultados dos exames nada indicam.
Isso faz o paciente entrar num estado intenso de estresse, podendo levá-lo a um processo depressivo, carregado de sintomas desagradáveis, tornando-o totalmente inseguro diante de tudo e de todos.
Os sintomas aparecem de repente e sem causa aparente. Alguns deles podem incluir: palpitações (coração dispara), dores fortes no peito, tontura, atordoamento, náusea, intensa dificuldade para respirar, com fortes sensações de falta de ar, sensação de formigamento nas mãos e pernas, fraqueza nas pernas (que dá a impressão e sensação de desmaio), ondas intensas de frio e calor, terror (sensação de que algo muito ruim vai acontecer e que vai perder o controle da situação e ficar impotente para reagir). O principal sintoma dentre todos esses é o medo da morte súbita.
As crises de pânico geralmente duram de 5 a 20 minutos e é uma das situações mais angustiantes que pode ocorrer com alguém; quem tem uma crise do pânico, com certeza terá outras, pois elas são reincidentes, podendo se repetir por várias vezes seguidas, ou não, dependendo do caso. Por tudo isso, há a necessidade da avaliação de um profissional especializado na área.
Depois de uma crise, geralmente a pessoa começa a desenvolver medos irracionais (chamados fobias) e a evitar todas as situações que lhe provoquem tais fobias. Gradativamente, o nível de ansiedade e o medo de uma nova crise podem atingir proporções tais que a pessoa com a Síndrome do Pânico pode se tornar incapaz de realizar as coisas mais simples, que antes conseguia fazer sem nenhum problema.
Algumas pessoas chegam a se isolar dentro de casa a tal ponto de nem conseguirem colocar os pés para fora de casa. Nesse estágio, costuma-se dizer que a pessoa apresenta a Síndrome do Pânico com agorafobia (que é o medo de lugares abertos).
Desta forma, a Síndrome do Pânico traz um impacto tão grande na vida de uma pessoa, como qualquer outra doença grave, que, se não for tratada corretamente, poderá se agravar a ponto de o paciente ser profundamente prejudicado pelas crises de pânico ou pelas tentativas de evitá-las ou ocultá-las.
De fato, muitas pessoas têm problemas com os amigos ou a família, ou perdem o emprego, enquanto lutam contra os distúrbios da doença. Podem haver períodos de melhora espontânea desses distúrbios, mas, em geral, eles não desaparecem sem um tratamento eficaz.
De acordo com uma das teorias, o sistema de “alerta” normal do organismo (um conjunto de mecanismos físicos e mentais que permite que uma pessoa reaja a uma ameaça) tende a ser desencadeado desnecessariamente na crise de pânico, sem haver perigo iminente.
Graças a estudos, a Psicoterapia, com suas diversas abordagens ou tipos específicos de tratamento, vem obtendo ótimos resultados com pacientes que apresenta esta síndrome. A melhora em geral ocorre em poucas semanas, claro que se o paciente participar ativamente do tratamento. A participação do paciente é essencial para resolver e superar efetivamente o problema.
Infelizmente, muitas pessoas com distúrbio do pânico não procuram ou não recebem tratamento adequado por desconhecerem a doença e sua gravidade.
Uma dica muito importante para quem convive com pessoas com essa doença é: ter muita paciência, compreensão e incentivar o doente a procurar ajuda especializada, pois, sem essa ajuda, o quadro tende a se agravar a cada dia e continuar por meses ou anos. Embora, caracteristicamente, a doença se inicie na vida adulta, em algumas pessoas os sintomas podem aparecer antes ou depois deste período.
Ainda não se sabe qual a causa do pânico; há alguns estudos sobre o assunto, mas, com certeza, o estresse é um dos fatores mais acentuados. Constatou-se também que o pânico ocorre com maior frequência em algumas famílias e isto pode significar que haja uma participação importante de um fator hereditário (genético), que provocará a doença.
Por todos esses fatores e pela gravidade da Síndrome do Pânico, se conhecer alguém ou se você se identificar com alguns desses sintomas, procure ajuda de um psicólogo/psicoterapeuta. Com certeza o resultado será satisfatório.
Elaine Marini
Atuante na Psicologia Clínica e Hospitalar há mais de três décadas. Graduada em Psicologia. Especialista em Psicologia Clínica, Psicologia Transpessoal e Psicologia Positiva. Pós-graduada em Psicologia Hospitalar e em Psicologia Hospitalar e Gestão Escolar.
Referências
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Keller, G. (1995). Síndrome do pânico: o que é, como se manifesta e como lidar. Rio de Janeiro: Editora Globo.
Lucas, M. (2018). Ataques de pânico: saiba como superar seus medos. Escola Psicologia.
Marini, E. (2008). Síndrome do pânico: o tratamento na visão da psicologia transpessoal. São Paulo: Vetor Editora.
Maslow, H. (1968). Introdução à psicologia do ser. Rio de Janeiro: Eldorado.
Matos, L. (1992). Psicologia transpessoal: explorando os vários estados da consciência. Caderno de Debates Plural. Coletânea Psicologia Transpessoal. Belo Horizonte: Faculdade de Ciências Humanas (Fumec).
Rangé, B. (2019). Vencendo o pânico: manual do cliente. Rio de Janeiro: Cognitiva.
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Scarpato, A. (1998). Síndrome do pânico: uma abordagem psicofísica. Revista Hermes, (3).
Síndrome do pânico o tratamento na visão da psicologia
Com o objetivo de auxiliar profissionais da área a trazer de imediato para o paciente o conforto para o bem-estar físico, mental e espiritual, essa obra mostra que isso e possível com a técnica psicoterapêutica transpessoal, que tem a visão do mundo como um todo integrado, em harmonia, onde tudo e energia, formando uma rede de inter-relações de todos os sistemas existentes no universo.